sexta-feira, 26 de outubro de 2018

eles são todos génios e os outros (nós) todos parvos!

Perante o que se segue, só tiro duas conclusões.
Ou o poder subiu à cabeça de todos ou todos estão a querer fazer de nós parvos.
Como não consigo escolher entre as duas possibilidades, fico com ambas.
Vejamos:
Mário Centeno. O nosso ministro acha que é melhor que qualquer outro a fazer contas. Despreza quem quer que seja que o contrarie. 
Que autoridade têm a UTAO ou o Conselho de Finanças Públicas para o questionar?
E se nem o Bloco nem o PCP se parecem importar com o logro...
Siza Vieira também se acha acima de todas as suspeitas. Apesar de ser um reconhecido jurista, nunca questionou ou procurou saber se podia gerir empresas e ser governante. Até ganhar o cognome de ministro das escusas, ainda teve o topete de comparar o seu caso ao de um ministro da Saúde ou da Justiça ser casado com um médico ou um juiz, fingindo que a sua situação era absolutamente normalíssima.
Fernando Medina também não vê contradições entre o que diz, o que pensa e o que faz. Acha que a justificação para ter entregue à gestão de privados a ex-residência do presidente da Câmara de Lisboa em Monsanto, e de, a troco de milhões, estes terem recuperado este e outros imóveis autárquicos, lhes dá todo o direito de terem transformado o espaço num alojamento local de luxo sem que isso mereça críticas
Vieira Silva também acha que está tudo mais que explicado sobre as mudanças nas reformas antecipadas. O problema não é do ministro da Segurança Social que se desdiz e contradiz em cada declaração que se multiplica a fazer. Nem da falta de explicações que continuam por dar. Nem das reformas desfeitas ou das que continuam por fazer.
O problema é de quem não o entendeu logo à primeira, parceiros da esquerda incluídos. Culpa deles!
Para que não tenhamos dúvidas quanto ao futuro, até Maria Begonhacandidata à liderança da Juventude Socialista já mente. Na idade, para se poder candidatar antes do limite permitido, e na formação académica, seguindo a boa prática de tantos outros políticos. É uma garantia de continuidade.

Sobre o António Costa, acho que não há dúvidas. Só ele não vê problemas em nomear um deputado socialista para a reguladora de energia que em boa hora renunciou depois do Parlamento chumbar o seu nome. Só ele acha normal anunciar o sempre adiado concurso para a pediatria oncológica do S. João, sem dar datas àqueles pais e crianças. Há muito que o primeiro-ministro se comporta como se só ele soubesse tudo ou fizesse tudo bem feito. Alguém duvida?! (in “Eles são todos génios e os outros todos parvos” por Filomena Martins)