Se lhe retirarmos o conteúdo dos mais de 500 autocarros
que avançaram para a Capital a “grande” manifestação de ontem conseguiu juntar pouco
mais gente que aquela que quinze dias antes se realizou no Porto. E, se à da
capital do Norte, juntarmos as de Coimbra e Braga fica à mostra o
ridículo em que se transformou a capacidade de intervenção mobilizadora de sindicatos
e partidos.
Nas concentrações do Quinze de Setembro, por todo o
país e em especial em Lisboa, não uma centena de milhar, mas talvez mais de um
milhão de manifestantes com uma enorme vontade de mudança, marcando porventura,
após quase quarto décadas, o fim deste regime.
Agarrados à teta dos sindicatos, dos partidos e das quase
5000 autarquias, muitos perceberam-no mas, politicamente ou salariamente correctos, não
quiseram entender o que, nesse 15 de Setembro, lhes disse um décimo da
população do País, mais que o número de votantes oficialmente registados.
Imbecis!