terça-feira, 28 de janeiro de 2025

O que o Antunes escreveu para a nossa Memória Futura

“… A continuidade de Miguel Arruda é também um desafio de liderança para André Ventura. Há a ideia (que parece corresponder à realidade) que muitos dos deputados e dirigentes do partido, antes de cheguistas são venturistas. Apesar disso, o presidente do Chega no seu magistério de liderança não conseguiu convencer um dos seus maiores fãs e subordinado (Miguel Arruda) a abdicar do lugar perante acusações tão graves — o que mostra que, no fim do dia, ficar com o lugar conta mais do que proteger o partido. Ou como se diria no dicionário de português-venturês: “Uma vergonha”. Ou melhor: “Ficou agarrado ao tacho”.

Perante tudo isto, em vez de uma terceira mão, Ventura terá na bancada um corpo presente, o quinquagésimo deputado, que formalmente já não é do partido, mas, para o eleitorado, e para o povo, será sempre “o tipo das malas do Chega”. O contexto é particularmente mau numa altura em que as sondagens mostram que está a perder eleitorado para a AD. Também pode ser particularmente preocupante para Ventura por faltar menos de um ano para uma campanha presidencial em que vai enfrentar um candidato fora dos partidos e do sistema (o almirante Gouveia e Melo). (Rui Pedro Antunes)