A Alexandra Machado, Editora de Economia do Observador, enquanto eu dormia…
escreveu:
… Surgia uma nova ordem mundial. Donald Trump foi empossado 47.º Presidente dos Estados Unidos da América. Uma nova era abriu-se. Trump fala, primeira vez em mais de 100 anos, de expandir o território americano, incluindo cravar a bandeira dos EUA em Marte. Música para os ouvidos de Musk (pode ouvir o segundo episódio de como Musk se tornou o homem mais poderoso do mundo), o Presidente-sombra de Trump. No discurso de tomada de posse anunciou várias medidas, algumas das quais avançou assim que pôde, com a assinatura de decretos presidenciais publicamente. Rasgar muitas das medidas de Biden e o perdão de 1.500 pessoas acusadas (mas não condenadas) de terem alegadamente participados no motim do Capitólio a 6 de janeiro de 2021. A 20 de janeiro de 2025 Trump tomou posse. Uma segunda-feira (a terceira do mês de janeiro) que, numa contagem do psicólogo Cliff Arnall para a agência de viagens Sky Travel, foi classificada como o dia mais triste do ano. O psicólogo admitiu ser marketing, mas assim ficou a Blue Monday (blue de triste). Nos Estados Unidos, no entanto, foi “red monday” (a cor colada aos republicanos) ou como escreveu o The Economist “o princípio do fim da era Trump”.
Na História do Dia contamos como pretende Trump fortalecer a América. E no Contra-Corrente desta terça-feira será também o tema em debate (ligue 910024185 para participar). A “Era dourada” da América — como apelidou Trump, onde muitos veem anos sombras (“Vão ser anos miseráveis. Mas a vida é longa”, declara Brady Corbet, realizador de O Brutalista) — começa agora. O discurso de Donald Trump — que pode ver nas entrelinhas — determina o que será a América do 47.º Presidente que tem como slogan “Make America Great Again” (MAGA).
Declarou emergência nacional na fronteira, por causa da imigração, e logo emitiu ordem para o reforço no controlo fronteiriço e, segundo a AP, as marcações para fevereiro para pedidos de entrada no país foram canceladas;
Declarou a emergência nacional de energia, com via aberta para perfurações e reversão das políticas de descarbonização levadas a cabo por Biden e saída do Acordo de Paris. Anunciou ainda a revogação dos subsídios e do apoio aos carros elétricos (Musk tinha criticado a administração Biden por ter ficado de fora dos apoios para o seu carregador de camionetas e, por outro lado, assume-se que vai beneficiar com o fim dos subsídios uma vez que, ao contrário de muitas outras companhias a entrar na era elétrica, já é para a Tesla um negócio rentável);
Avançou com agenda contra o que apelidou os “extremismos de género” — há só dois géneros, põe fim ao ‘X’ no passaporte e quer tirar “os homens dos desportos femininos”;
Mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América e recuperar o Canal do Panamá (“O canal é e continuará a ser do Panamá”, já desafiou o Presidente panamenho José Raúl Mulino);
E se as tarifas não foram aplicadas no seu primeiro dia de mandato, já indicou que México e Canadá vão sofrer agravamento das tarifas alfandegárias a 1 de fevereiro, que poderão atingir os 25%.
Ao lado de Trump na tomada de posse, os multimilionários das big tech. Elon Musk que está à frente do DOGE (departamento para a eficiência governativa) já começou os primeiros cortes. O primeiro foi mesmo o lugar de Vivek Ramaswamy, com quem dividia tarefas no departamento que foi processado minutos depois de Trump fazer o juramento (não colocando a mão esquerda na Bíblia de Lincoln — o que não é, de qualquer forma, obrigatório). Os gestos no dia da tomada de posse falam muito. Uma saudação de Musk está a ter segundas leituras. Também fica para ver os looks da tomada de posse de Donald Trump.