quarta-feira, 5 de março de 2025

assim vai o “Não é NÂO”...

Envolto em escândalos e controvérsias profissionais, Luís Montenegro parece estar a um passo de ser substituído e, pior, a pôr em causa a sobrevivência do PPD/PSD.

A política tem sido marcada pela ascensão de partidos dos extremos, à direita o CHEGA, à esquerda o BE e o Livre e inovadores como a IL . O actual Presidente do Conselho da EU, António Costa, demonstrou, enquanto fundador da chamada “geringonça”, que a melhor estratégia para lidar com os partidos fora do arco da governação não é ignorá-los ou hostilizá-los, mas sim integrá-los no centro do debate político.

Luís Montenegro, líder do PPD/PSD, com menos de 30% nas eleições, caiu na armadilha das "linhas vermelhas", esgrimindo-as contra aqueles que poderiam assegurar a sua sobrevivência política e do governo que iria formar. Embora trabalhar com André Ventura e com o Partido CHEGA não fosse tarefa simples, lembro que “muitas vezes o poder transforma até os caracteres mais rígidos”. Mas, comparando com a “geringonça”, seria provavelmente menos complicado do que foi negociar com o PCP e com o Bloco de Esquerda e as suas exigências radicais, como a saída do Euro e da NATO

Ao rejeitar o apoio de André Ventura, ficou refém dos partidos de esquerda, “que não valorizaram a sua "pureza" democrática”. Pelo contrário, continuaram a acusá-lo de estar em conluio com o CHEGA e agora, envolto em escândalos e controvérsias profissionais, Montenegro parece estar a um passo de ser substituído, quiçá por um SG do Partido Socialista e, pior, a pôr em causa a sobrevivência do PPD/PSD.

As sondagens indicam que o Chega não perde terreno e é improvável que o faça no futuro próximo. A hostilidade, de alegados jornalistas e comentadores, contra os eleitores deste e dos outros partidos fora do “arco” geralmente só fortalece a sua posição, dado que se sentem ofendidos e marginalizados. Ao que parece as "linhas vermelhas" desenhadas por Montenegro permanecem intactas, com André Ventura a antecipar uma oportunidade de captar mais eleitores descontentes do PSD. E o PPD/PSD mantém as "linhas vermelhas"?