segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

a imprensa a que temos direito!



Aos donos disto não basta ter por garantida a obediência de quatro quintos das redacções: é preciso garantir que o resto não pia. Há meses, por obra de um discípulo de Estaline que honra a bancada do PS, regressou o lápis azul, possivelmente de outra cor e coberto de uma hipocrisia beata que nem o Estado Novo ousava.

Agora, o governo pretende alterar o Código Penal a fim de demitir, proibir de exercer e afinal destruir os funcionários púbicos, professores, jornalistas e quem calhar de incentivar a “discriminação” e o “ódio”. As definições de ambos os conceitos serão deles, a desgraça nossa.
Eis mais um passo firme no sentido do totalitarismo, que os lacaios do regime desvalorizam porque contam beneficiar dele. Duvidam? A notícia saiu no “Público”, e o “Público” estava feliz.

Em suma, o “Público” está aberto a todas as opiniões, menos aquelas das quais discorda. Além disso, não permite que se trate com “desprimor” as “personalidades”, excepto, evidentemente, se estas fizerem juízos divergentes da “direcção editorial” ou das “personalidades” que o “Público” aprova, o que aliás vai dar ao mesmo. É um exercício divertido procurar textos em que os senhores do “Público” recorrem ao “desprimor” para lidar por exemplo com os blasfemos da Covid. E é um exercício fácil: a 20 de Agosto, o próprio director insulta de tudo os desalinhados do discurso oficial na matéria. Tempos antes, o dr. Manuel Carvalho designara por “delinquente” um político português, e não, não foi o político que atropelou mortalmente um infeliz sem sair do carro para lhe prestar assistência. Até porque, de acordo com o dr. Manuel Carvalho, acusar esse particular político por esse particular incidente “não cabe nos valores de uma sociedade e de uma classe política decentes”. Numa sociedade decente, os serviços que o “Público” presta a uma parte da classe política jamais seriam confundidos com jornalismo.