domingo, 12 de novembro de 2017

Escândalo? Indignação? Nada. Não se passa nada !

Bastou ter-se levantado uma onda de indignação pública, com eco nas redes sociais, para o Governo mostrar mais uma vez como é eficaz. O Governo de António Costa reagiu. Culpou o Governo anterior (as usually). Mostrou-se muito indignado em solidariedade com a indignação geral, e zás, proibiu os jantares no Panteão. Tal como já tinha feito no Urban Beach (que se apressou a mandar fechar - by the way, pôs 200 pessoas no desemprego com essa precipitação. Podia ter multado, ter estabelecido regras duras, mas não, a solução foi: desemprego para toda aquela gente) – mas
tal como fez com os incêndios e armas de Tancos roubadas toma decisões muito radicais. Mas sempre, sempre à posteriori [...]
O mundo chama populista a quem governa contra a corrente mediática, mas populismo é precisamente o oposto. Populismo é isto de governar em função da indignação popular.
Esta dupla de populistas que representam e lideram o país, estão a transformar Portugal num cartoon. (in “Populismo é governar pelo guião escrito pelo mediatismo e pelas redes sociais” por Maria Teixeira Alves )
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Escândalo? Indignação? Nada. Não se passa nada.
... o funcionamento do nosso Estado continua a brindar-nos com surpresas nalgumas das suas áreas nucleares, como as da segurança e soberania. [...]
O que nos deveria surpreender é a incapacidade de a direita, agora na oposição, ser oposição efectiva, conseguir reunir a informação que antes nos chegava pelas “comissões de utentes”, não se ficar apenas pelas generalidades sobre as cativações, antes ser capaz de descobrir e denunciar os efeitos concretos dessas cativações.
O que também nos deveria surpreender é a forma como antes boa parte da comunicação social não se incomodava em ser altifalante dos mais minúsculos tentáculos da asa esquerda da geringonça, ao mesmo tempo que hoje passa por cima de casos como alguns dos que relatei atrás sem se deter neles mais do que um segundo. [...]
Tudo domesticado, tudo obediente, tudo disciplinado (como disciplinados eram os companheiros e ministros de Sócrates que nunca viram nada, nunca souberam de nada, nunca estranharam nada, sobretudo nunca falaram sobre nada).

Por tudo isso deixem estar: não se passa nada. (in “Não se incomodem, não se passa nada” por José Manuel Fernandes )