Não haverá nada que
se passe no mais insignificante atol do Pacífico que, para o Bloco da
extrema-Esquerda, seja equívoco, merecedor de dúvida e não explicável em função
do que se passa numa qualquer outra parte do mundo
Porque é que nos sinto-mos
sempre ligeiramente desconfortáveis ao escrever sobre o Bloco de extrema-Esquerda?
Não preciso de pensar muito
para descobrir, a razão é fácil: porque é preciso dar ao Bloco uma importância
que ele, não fosse o arranjo que o Costa inventou para chegar a primeiro-ministro,
nunca teria tido e que na substância política, de facto não tem.
Isto, como ver o Catarina na
televisão com ares de poder, cria um sentimento de irrealidade que provoca o
tal mal-estar.
Será o Bloco de extrema-Esquerda
de facto relevante?
Merecerá ele que se perca
algum precioso tempo a levar a sério a sua existência, com os modos graves e
profundos de um comentador televisivo de futebol?
Não estaremos a atribuir demasiada realidade
a uma dúbia ficção da nossa imaginação?
(in «A “luta toda” do Bloco» por Paulo Tunhas)
(in «A “luta toda” do Bloco» por Paulo Tunhas)