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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

cheias 25 Novembro 1967

eram seis da tarde quando, na Praça da Figueira (seria Martim Moniz), apanhei, de volta, a “excursão de fim-de-semana” que nos levava ao COM em Mafra. Na altura, sem auto-estradas ou vias rápidas, o trajecto era por Odivelas, Loures e Malveira. Uma chuva “miudinha” mas intensa à saída de Lisboa, na Calçada de Carriche transformada em “ribeiro”, deu-nos uma terrível sensação que alguma coisa estava errada. Pressentimento que se confirmou à “porta d’armas” quando nos foram dispensados os “cumprimentos da praxe” e nos ordenaram a mudança imediata para a “farda numero 3”. Cumprida a ordem e formados na Parada – a chuva “miudinha mas intensa continuava- seguimos em “bicha pirilau” para as “arrecadações” onde nos foi entregue uma pá ou uma picareta. As camionetas já nos esperavam e seguiram para vários destinos. Coube ao meu pelotão a zona de Oeiras e por lá andámos 3 ou 4 dias... 
O resto é história. A minha história!

terça-feira, 24 de novembro de 2020

o dia antes

Na noite de 24 de Novembro de 1975, enquanto os militantes do Partido Comunista, do Couço a Grândola enchiam as cartucheiras e aqueciam os motores das camionetas para vir participar na revolução, em Lisboa, juntamente com o Ralis, Copcon e os paraquedistas chefiados por sargentos, além dos civis a quem tinham sido previamente distribuídas armas, Eduardo Ferro Rodrigues, radical do MES, organizava os SUV (Soldados Unidos Vencerão) do Regimento de Infantaria n.º 2, de Abrantes, para rodar sobre a capital. 
Antes da meia-noite, e apesar da relação de forças favorável à instauração de uma ditadura do proletariado, o Politburo soviético ordena a Cunhal que pare e este, como sempre, obedece, com a garantia de Melo Antunes, do Grupo dos Nove, num encontro em casa de Nuno Brederode Santos (da facção moderada do MES), de que o PC não seria ilegalizado. Os russos já estavam satisfeitos com a independência de Angola, proclamada pelo MPLA em 11 de Novembro de 1975, e não queriam abrir mais uma guerra civil, de resultado provavelmente funesto. 
A aventura de criar um reduto comunista na ponta da Europa ocidental havia terminado. A embaixada soviética em Lisboa evacuou cerca de uma centena de conselheiros de inteligência e militares e Cunhal recebeu, como prémio de obediência, a Ordem de Lenine. Ferro Rodrigues, Vieira da Silva e o seu grupo (Sergio Figueiredo?), continuaram no MES, cada vez mais radicalizado, apesar de progressivamente esvaziado por consecutivas dissidências. Chegam ao PS em 1986, sem nunca terem renegado os princípios marxistas e os fins leninistas.

domingo, 25 de novembro de 2018

25 de Novembro de 1975

O Regimento de Comandos da Amadora efectuou  no dia 25 de Novembro de 1975 uma intervenção militar musculada com o objectivo de repôr a normalidade "democrática" em Portugal. Neste video o nosso Comandante Cor. CMD Jaime Neves descreve em detalhe como se desenrolou o ataque dos Comandos ao quartel da Policia Militar na Calçada da Ajuda.


Que sucedeu mesmo no 25 de Novembro?

Naquele dia, 25 de Novembro de 1975, acabou o PREC. E tornou-se possível aprovar uma Constituição democrática e assegurar o regresso dos militares aos quartéis.

José Manuel Barroso entrevista Raimundo Pedro Narciso

O 25 de Novembro foi o momento em que a esquerda revolucionária, no plano militar, respondeu à última «provocação» do campo oposto com uma parada demasiado alta e que com espanto e desespero, verificou a seguir não estar em situação de sustentar.
Essa parada demasiado alta foi a ocupação das bases e do comando da Força Aérea, por parte dos pára-quedistas de Tancos, na madrugada de 25 de Novembro. Com essa medida os pára-quedistas respondiam à provocação do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Morais e Silva, que actuando de acordo com o Grupo dos Nove e o de militares mais à direita, seus aliados, ordenara a sua extinção.
Com esta medida, os «páras», a esquerda militar (EM) e a esquerda revolucionária em geral, não pretendiam desencadear a «mãe de todas as batalhas». Pretendiam «apenas» ganhar a importante batalha da substituição de Morais e Silva, no EMFA e no Conselho da Revolução, e se possível, na passada, conseguir a inversão do processo de constante perda de posições nos órgãos do poder político-militar, que ocorria desde a Assembleia do MFA de Tancos, em 6 de Setembro. E não era pouco. Para isso julgavam que podiam contar com Otelo e que conseguiriam, para o efeito, ganhar o Presidente da República, Costa Gomes, para o seu lado.

(entrevista completa AQUI

domingo, 12 de agosto de 2018

uma homenagem muito póstuma: Vitor Ribeiro, O Comandante

Victor Ribeiro (1941-2018) fundou a Associação de Comandos e foi um dos homens mais próximos do General Jaime Neves no 25 de Novembro. Horas antes de morrer, em Março, recebeu a visita do Presidente da República no hospital e foi condecorado com a Ordem do Infante D.Henrique.
Semanas depois, a evocação pública do Tenente Miliciano Vitor Ribeiro, pelo comandante do Regimento de Comandos, coronel Pipa Amorim, irritou o comandante do Exército, com um oficial a garantir que o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, qualificou Pipa Amorim como "político populista”.
Na cerimónia, Pipa Amorim afirmou: "Permitam-me homenagear e prestar o meu público reconhecimento a este grande português, um dos últimos guerreiros do império, que como militar, adicionalmente à sua promoção por distinção, foi condecorado com as medalhas de Valor Militar e da Cruz de Guerra e como civil foi agraciado, na véspera do seu falecimento, ainda consciente, no leito onde agonizava, com a Ordem do Infante D.Henrique, pelo Presidente da República".
Semanas antes, o Parlamento aprovara - com os votos contra do BE, do PCP, dos Verdes e a abstenção da socialista Wanda Guimarães - o voto de pesar apresentado pelo CDS pela morte de Victor Manuel Tavares Ribeiro.

Textos de boa investigação jornalistica ficam, para memória futura, dos historiadores que queiram retomar a Questão do 25 de Novembro de 1975
3 Os “Comandos” e o Combate pela Liberdade»/2005, de Manuel A. Bernardo, F. Proença Garcia e R. Domingues da Fonseca
4 Victor Ribeiro, o Comandante por Jaime Nogueira Pinto

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

à descoberta do mundo misterioso da extrema-esquerda


um livro essencial compreendermos políticos e jornalistas da geração que hoje nos governa ou influencia e, principalmente, o que os leva a dizer o que dizem ou a escrever o que escrevem.

estão lá todos, ou quase…

domingo, 25 de novembro de 2012

livre, plural e de qualidade

Uma mensagem do Sindicato dos Jornalistas a assinalar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa lembrava que sem informação livre, plural e de qualidade, não há verdadeira Democracia.
Pois...
Hoje devia rememorar-se  o 25 de Novembro de 1975!

...estão de parabéns o Sindicato e os seus associados porque a nossa informação é livre, plural e de qualidade!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

foi há 36 anos! Lembram-se?

“Em 1975, acreditava-se, talvez um pouco utopicamente, que a democracia (...) iria permitir que o país avançasse, evoluísse, se modernizasse, se tornasse mais justo e mais solidário. Pensava-se que tudo isso decorreria normalmente da democracia. Infelizmente não aconteceu”. António Ramalho Eanes, antigo Presidente da República e coordenador do 25 de Novembro.

A culpa foi nossa, General Eanes, toda nossa! Porque pensámos que, uma vez “feito o nosso trabalho", era altura de deixar o cumprir da democracia às gerações que se nos seguiram, sem que para isso as tivéssemos preparado. Olhámos para o "lado" ou “assobiámos pró ar”!
Hoje são governo ou manifestam-se como oposições nas ruas ou na RGA em que se transformou aquilo a que chamam Assembleia da Republica.
Foi pena e hoje já nos falta o ânimo para num “25 de Novembro” se cumprir o “de Abril”.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 Novembro: Acreditava-se que democracia traria modernização

António Ramalho Eanes, o coordenador das operações militares de 25 de novembro de 1975, que travou uma tentativa de tomada do poder pela extrema esquerda após o 25 de abril de 1974, lembrou em entrevista à agência Lusa as expetativas de há 35 anos e considerou que a democracia atual não é suficientemente representativa. Em 1975, lembra o antigo Presidente da República, «acreditava-se, talvez um pouco utopicamente, que a democracia (...) iria permitir que o país avançasse, evoluísse, se modernizasse, se tornasse mais justo e mais solidário. Pensava-se que tudo isso decorreria normalmente da democracia. Infelizmente não aconteceu». no Diário Digital A culpa foi nossa, major Eanes, toda nossa, porque pensámos que feito o "trabalho" era altura de deixar à geração que se seguia cumprir a democracia, sem que para isso a tivessemos preparado. Olhámos para o "lado"! Foi pena.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O 'mistério' do 25 de Novembro de 1975

É sabido: no dia 25 de Novembro de 1975, no final do período revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril, Portugal esteve à beira de uma guerra civil. Depois de um período de disputa pelo poder político-militar, que abrange todo o Verão de 1975, as forças democráticas (PS, PSD e CDS, na ala partidária, os moderados do Movimento das Forças Armadas, o MFA, liderados pelos Grupo dos Nove, e a Igreja Católica), que lutavam por uma democracia do tipo europeu, e as forças pró-comunistas (PCP, extrema-esquerda e a Esquerda Militar), que procuravam impor ao País um regime autoritário próximo do dos países comunistas, enfrentaram-se em Lisboa. Venceram os moderados e o caminho para a democracia foi reaberto. Mas a data, isto é, o "quem é quem" e o "quem faz o quê" nos acontecimentos que levaram os radicais do MFA a marchar com a unidade pára-quedista de Tancos sobre a capital e as principais bases aéreas em seu redor, ainda permanece envolto em "mistério". E nem um simples e linear raciocínio de mediana inteligência desata, 30 anos depois, esse "mistério". O "mistério" resume-se a uma pergunta: é, ou não, o PCP, com o apoio operacional da Esquerda Militar, a organização que avança para o confronto e porquê? Têm-se colocado dúvidas sobre a coerência (ou a "incoerência") de um plano militar "tão frouxo" como o dos revoltosos de Tancos. E, no plano político, sobre as verdadeiras intenções e acção do PCP nessa data. Em suma, perguntam os que alimentam esse "mistério": como poderia o PCP avançar para uma tentativa de mudança do poder político-militar com tal plano militar tão débil? E que quereria ele fazer, de facto, um golpe militar, tomar o poder? As respostas, mesmo com base em depoimentos que não incluem as "memórias" do PCP, são, para mim, simples. Era o plano militar de quem comandava o 25 de Novembro frouxo? Não. Qualquer aprendiz de militar verifica que uma acção de ocupação do quartel-general (QG) operacional da Força Aérea e das suas principais bases aéreas operacionais não é um plano qualquer. É um plano inteligente e necessário para fazer de novo bascular a balança do poder para a esquerda pró-comunista. Porquê? Porque, estando a principal força de actuação - o Exército - maioritariamente dominada pelos moderados, só o desequilíbrio dos restantes dois ramos das Forças Armadas - Marinha e Força Aérea - poderiam impor ao Exército um realinhamento político-militar e impedir uma eventual acção deste para repor a ordem no País. Tomar o comando da Força Aérea e as suas principais bases significava, "apenas", subtrair ao Exército o seu principal apoio. E era também uma forma de incitar e libertar a Marinha - nomeadamente os fuzileiros - para uma acção ao lado dos radicais. Que falhou neste plano militar? Duas coisas. Uma, e muito importante, o alinhamento do então comandante operacional do Copcon (QG operacional do MFA), general Otelo Saraiva de Carvalho, ao lado dos pára-quedistas (isto é: da Esquerda Militar). Otelo, que o PCP mais voluntarista contava como aliado e comandante militar "independente" para o golpe, foi para casa nessa madrugada, deixando os revoltosos sem um comando visível (e daí o ódio, que ainda hoje persiste, do PCP a Otelo). Outra, a acção do presidente da República, general Costa Gomes, que se opõe sinceramente a uma guerra civil e dá ordens de fidelidade hierárquica a unidades e cobertura aos militares moderados. Que falhou no plano político? Otelo e Costa Gomes, de novo. O general Otelo Saraiva de Carvalho, comandante operacional do MFA no 25 de Abril, fora preparado, depois de Março de 1975, para ser o "grande líder" da revolução. É namorado pelo PCP e por Cuba. Tem encontros a sós com Cunhal e Fidel Castro convida-o repetidamente para visitar a ilha. Otelo acaba por lá ir em Julho. É recebido como um herói, é-lhe incentivado um papel de caudilho. Otelo regressa aparentemente convencido, diz que vai mandar os "contra-revolucionários" para a praça de touros do Campo Pequeno e é portador de uma mensagem de Fidel para Costa Gomes anunciando a intervenção cubana em Angola. Mas, depois, Otelo falha sempre: não apoia o primeiro-ministro comunista Vasco Gonçalves nem os pára-que- distas. Costa Gomes também "falha". Deixa Cuba avançar em Angola, até porque Portugal era frágil aí. Mas não dá possibilidade ao golpe do 25 de Novembro de avançar em Lisboa. Homem da Guerra Fria e estratego inteligente, deixa Angola para as superpotências e Portugal para a NATO. Um mês antes do 25 de Novembro, o líder soviético Leonid Breznev, numa conversa a sós de quatro horas, em Moscovo, explicara-lhe que a União Soviética não combateria os EUA na Península Ibérica. Por isso, a primeira preocupação de Costa Gomes, na manhã do 25 de Novembro, é falar com Cunhal e o seu braço popular (não armado, mas armável), a Intersindical. Cunhal aceita, mas ganha tempo para negociar o futuro, sem grandes perdas para o PCP. Dir-se-ia não haver depoimentos ou provas suficientes do que afirmo. Mas há. Não se conhece tudo, mas o que se apurou, nestes anos de investigação e de recolha de relatos, é suficiente. Explicarei isso em próximo artigo. Jose Manuel Barroso em O 'mistério' do 25 de Novembro de 1975 no DN
este é um dos poucos artigos sérios sobre o 25 de Novembro.
Este JORNALISTA, que cumpriu serviço militar como capitão miliciano na Guiné, conheceu ali a maioria dos actores dos "dois 25" e no PREC teve, como poucos, um comportamento exemplar como profissional da Comunicação Social.
Foi pena não ter continuado este artigo de Opinião...