O 25 de Novembro foi o momento em
que a esquerda revolucionária, no plano militar, respondeu à última
«provocação» do campo oposto com uma parada demasiado alta e que com espanto e
desespero, verificou a seguir não estar em situação de sustentar.
Essa parada demasiado alta foi a
ocupação das bases e do comando da Força Aérea, por parte dos pára-quedistas de
Tancos, na madrugada de 25 de Novembro. Com essa medida os pára-quedistas
respondiam à provocação do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Morais e Silva,
que actuando de acordo com o Grupo dos Nove e o de militares mais à direita,
seus aliados, ordenara a sua extinção.
Com esta medida, os «páras», a
esquerda militar (EM) e a esquerda revolucionária em geral, não pretendiam
desencadear a «mãe de todas as batalhas». Pretendiam «apenas» ganhar a
importante batalha da substituição de Morais e Silva, no EMFA e no Conselho da
Revolução, e se possível, na passada, conseguir a inversão do processo de
constante perda de posições nos órgãos do poder político-militar, que ocorria
desde a Assembleia do MFA de Tancos, em 6 de Setembro. E não era pouco. Para
isso julgavam que podiam contar com Otelo e que conseguiriam, para o efeito,
ganhar o Presidente da República, Costa Gomes, para o seu lado.