Em certas latitudes, as tragédias
acontecem sem ninguém contar. Existe choque, incredulidade, revolta. [...]Em
Portugal, as nossas tragédias não têm estas dimensões épicas. São sempre
"tragédias anunciadas". Há estudos, há avisos, há sempre a certeza de
que a catástrofe é uma mera questão de tempo.
Mas uma espécie de sonambulismo
apodera-se das “autoridades”, locais ou nacionais, para quem os piores cenários
não merecem qualquer urgência
.
Quando a tragédia anunciada
finalmente acontece, ninguém mostra surpresa. A começar pelas populações, que
até já tinham "alertado". (in “Tragédias
anunciadas“ por João
Pereira Coutinho)