segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O Cartel do Fogo

depois de ver esta reportagem só posso admitir que uma aparente inércia da PGR esteja apenas relacionada com o elevado número de politicos envolvidos.
Mas espero que já esteja a “tomar notas”....
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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Não fui suficientemente exigente com quem foi escolhido administrar!...

A idade fez-me cínico e como previa, ouvi, e posteriormente li e reli, o discurso (hermético, obscuro, impenetrável e esotérico) do Presidente Rebelo de Sousa.
Entendi-o como um, na verdade quatro, fortes apoios ao Costa e à “geringonça”.
Primeiro - deu ao Costa a oportunidade de demitir a sua “amiga” “ministra” – nesta altura sabemos que ela já o fez -,
Segundo - ao obrigar a extrema-esquerda a, unida, votar conta a moção de censura da direita irá fortalecer a “geringonça”,
Terceiro - dá ao Costa a oportunidade de alterar na especialidade o OE2018 indo contra as exigências, já publicitadas, da extrema-esquerda, dos “sindicatos” e outra “frentes unidas”,
Quarto - dá à direita, que continua pouco inteligente, a possibilidade de embandeirar em arco e voltar a dizer: “este é, outra vez, o nosso presidente”
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Leiam, ou voltem a ouvir Sua Excelência, mas, desta vez com olhos e ouvidos  bem abertos! 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

pinhal de Leiria. Para memória futura!


A fotografia é tão impressionante que há quem julgue nas redes sociais que é uma imagem manipulada. Mas não: esta era a vista para Vieira de Leiria no final da tarde deste domingo, quando centenas de fogos consumiam floresta de norte a sul do país naquele que foi considerado “o pior dia do ano em matéria de incêndios” pela Protecção Civil. A fotografia, captada por Hélio Madeiras, um membro das Forças Especiais de Bombeiros, foi tirada a partir da torre dos Bombeiros Voluntários da Vieira de Leiria e partilhada na página dessa corporação.

Tempo não explica tudo...

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já fez uma primeira análise ao que se passou a 15 de outubro que potenciou tantos e tão grandes incêndios em Portugal Continental, mas ainda há várias dúvidas pendentes e uma primeira conclusão é que o tempo daquele dia não consegue explicar tudo.
Paulo Pinto, da Divisão de Previsão Meteorológica, Vigilância e Serviços Espaciais do IPMA, conta que já trabalha com radares meteorológicos há cerca de 25 anos e nunca viu imagens como aquelas que lhe apareceram no computador a 15 de outubro.
Recordando que os radares só detetam nuvens de fumo mesmo muito grandes, explica que já perceberam que ao início da tarde os radares, num espaço muito curto de duas horas, entre as 13h30 e 15h30, deram sinais do surgimento de uma dezena dessas plumas com origem em incêndios, algo claramente fora do comum e antes do furacão Ophelia se aproximar de Portugal Continental.
Outra incógnita que continua em aberto passa pela razão que levou duas dessas grandes nuvens de fumo a mais do que duplicarem de repente de tamanho na zona de Vouzela, de 4 ou 5 quilómetros de altura para 10 ou mesmo 12 quilómetros, a uma altitude onde andam os aviões comerciais em velocidade de cruzeiro.
Paulo Pinto explica que estas alturas são claramente anormais para uma pluma de fumo, tendo-se repetido, por exemplo, também, na nuvem de Pedrógão Grande a 17 de junho, ainda não se tendo percebido o que motivou a intensificação tão forte do fumo naquela zona e àquela hora.

No entanto, das análises de algumas horas que já fez às imagens de radar o meteorologista explica que não encontraram sinais de qualquer downburst como o que aconteceu em Pedrógão, apesar de ser possível que tenha acontecido um outro fenómeno raro com origem no fogo: um pirocumulonimbo, sendo já certo que aconteceu um pirocúmulo em consequência da intensificação do incêndio.
Paulo Pinto admite que o muito calor daquele dia a meio do outono, a seca, os terrenos extremamente secos, a secura da massa de ar e até o vento do furacão Ophelia que andava próximo da costa portuguesa ajudam a explicar o que aconteceu a 15 de outubro, mas não explicam tudo.
"Foi uma situação muito invulgar a proliferação de tantos incêndios com tantas plumas tão grandes numa área de 200 a 300 quilómetros de Sul para Norte", sendo que as condições meteorológicas, já analisadas, explicam apenas parte daquilo que aconteceu.
Recorde-se que há uma semana o parlamento anunciou que a Comissão Técnica Independente que investigou o incêndio de Pedrógão Grande também vai avaliar o que se passou nos incêndios florestais de outubro, um trabalho que começa a ser feito em janeiro.
Nos incêndios mais de 30 grandes incêndios que começaram a 15 de outubro e se prolongaram até dia 16 arderam cerca de 200 mil hectares, quase tanto como em todo o resto de um ano que já estava a ser muito mau.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

para mais tarde recordar que Pagamos isto tudo!

A corrupção retratada na acusação do processo Marquês é um crime insidioso, pago duplamente pelos cidadãos de um País que recebem em troca um pior serviço do Estado. Por causa dos crimes em causa neste processo, uma grande empresa nacional, a PT, foi submergida num negócio de conveniência para um grupo de accionistas gananciosos. Sim, quando se dizia que Ricardo Salgado era dono disto tudo, era mesmo verdade. Controlava um império financeiro, que através de generosas luvas dominava um primeiro-ministro com maioria absoluta no Parlamento. Os contribuintes também pagam a dolorosa conta das imparidades bancárias do BES e da Caixa Geral de Depósitos. Na administração do banco público, Sócrates colocou o amigo Vara, que concedeu um empréstimo ao Vale do Lobo a troco de luvas. Salgado, que pagava generosos prémios aos gestores que controlava na PT e ao primeiro-ministro, também concedeu créditos milionários sem garantias aos aliados na guerra contra a OPA da Sonae. Nesse negócio cimentou-se uma trágica aliança entre Salgado e Sócrates, que acabou no resgate da troika e no fim de um império financeiro de pés de barro. Os acusados deste processo enriqueceram, mas milhares de pessoas perderam empregos e milhões ficaram mais pobres. Ainda pagamos estes crimes numa factura muito cara. (in Opinião CM

domingo, 1 de outubro de 2017

A venezualização da Catalunha (com Portugal em vista?)

Como é que isto pode acabar?
Temos de admitir todas as possibilidades. E uma delas, é a de um território onde o poder venha a assentar na rua e nos referendos selvagens do chavismo — uma Venezuela na costa mediterrânica da Península.
Veremos se habilidades análogas não instalam outra na costa atlântica.
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O problema da Catalunha não é diplomático. É político: este independentismo oportunista de políticos fracassados está a corroer o Estado de direito, a substituir o debate pela intimidação, o compromisso pelo ódio, os procedimentos regulares pelo golpismo, o voto pela rua, a lei pelo arbítrio. Talvez os governantes de Barcelona imaginem que controlam o processo. Mas esta é a hora de todos os aventureiros, a começar pelas esquerdas revolucionárias. Ainda não são o governo, mas o governo, embora dirigido pelos conservadores e liberais da ex-CiU, dependerá cada vez mais dos métodos e das organizações da extrema-esquerda, à medida que se agrave a crise institucional. Foi assim que, na guerra civil de 1936-1939, os comunistas chegaram a ter tanta influência no campo republicano. Um dia, talvez os revolucionários possam dispensar os habilidosos da ex-CiU.
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Para começar, não há um problema entre a Catalunha e a Espanha. Há um problema de políticos falhados que, em risco de perder o seu poder na Catalunha, onde não têm a maioria, recorrem ao mais velho de todos os truques: uma guerra de independência contra o governo de Madrid. [...]
O actual problema começou com a queda queda da aliança nacionalista, Convergencia i Unió, que governou a Catalunha nos anos 80 e 90. A CiU juntava os equivalentes locais do PSD e do CDS. Em 2003, venceu as eleições, mas os socialistas catalães, numa manobra à António Costa, aliaram-se à esquerda separatista para tomar o governo. Por fim, uma parte da CiU, entretanto dissolvida, decidiu dar um salto igual para se apossar do poder, e também ela se ligou à extrema-esquerda (como se o PSD, para voltar ao governo, propusesse uma geringonça ao BE e ao PCP) . A base desta nova aliança foi a separação de Espanha, que os socialistas catalães, comprometidos com o partido em Madrid, não tinham podido oferecer. As habilidades à António Costa tornaram assim a extrema-esquerda no árbitro da política catalã, e fizeram do separatismo a agenda do governo local.[...].
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Muita gente pergunta porque não pode acabar tudo com uma amena votação à escocesa.
É não perceber o que se passa.
O referendo interessa aos separatistas, não como meio de dar voz aos cidadãos, mas precisamente porque, segundo a Constituição o referendo é ilegal.
Os separatistas suspeitam que, numa população de origens variadas, lhes falte a maioria. Por isso, o objectivo não é contar votos, mas criar uma situação de confronto na rua, em que o Estado seja obrigado, ou a ceder, perdendo a autoridade, ou a recorrer à força, deixando o separatismo clamar que não há democracia.
Nesta estratégia, as esquerdas revolucionárias são fundamentais, como técnicos da luta de rua (kale borroka, como se diz no País Basco)
Este é o maior golpe contra a democracia em Espanha desde a conspiração militar de 23 de Fevereiro de 1981.