quinta-feira, 29 de setembro de 2016

“eu bem os avisei!”

2016 e 2017 não são nem nunca poderão ser 2011”.
Quinze dias depois mais uma fuga para frente ou, como diria o vulgo, “a fugir com o rabo à seringa” ou, melhor “eu bem os avisei!”
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Aquela declaração do venerando Chefe de Estado foi no Fórum do Turismo. Deveria ter sido uma comunicação ao País! Rebelo de Sousa nela resume o que muitos receiam o que nos possa acontecer e parece que poucos o perceberam. Era um encontro sobre turismo e por tal, comentadores e jornalistas (a que temos direito e já perderam a vergonha) não perceberam que Sousa lhes falava de Economia. 

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“Para não repetirmos 2011, agora como tragédia, parece óbvio que o Governo vai ter de alterar a combinação de políticas, que lhe garantiu o acordo com o Bloco de Esquerda e o PCP e a subida ao poder. As ilusões chegam ao fim, mesmo que a habilidade política de António Costa consiga manter alguma ilusão. Um dos mais interessantes aspectos da governação do António Costa é sem dúvida o poder de criar ilusões, de fazer acreditar que a “austeridade” acabou. As mensagens políticas e especialmente as ferramentas económicas usadas são extraordinárias, e umas alimentam as outras, possibilitando a repetição da frase “prometemos e cumprimos”. (por Helena Garrido no Observador)

domingo, 25 de setembro de 2016

assim vai a propaganda para idiota-útil…

Segundo o jornal oficial da geringonça, o presidente do conselho da minoria que nos governa  quer cortar "às empresas" o subsídio da luz que o ex-primeiro ministro Pinto de Sousa lhes tinha "dado" para que baixassem os custos de produção. 
Até parece uma boa notícia para os consumidores domésticos, se for posta em prática, mas se-lo-à para “as empresas” que, com electricidade mais cara, terão que aumentar os custos de produção e colocar o que produz a preços mais elevados?
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(na conta das eléctricas entram, além das remunerações à EDP e à REN, o financiamento da RTP, da ERSE e da AdC, pagamentos aos municípios e até impostos com destinos desconhecidos.)
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Lá para Fevereiro, se a memória não me atraiçoar, voltarei ao assunto!

(in Portugueses podem pagar menos electricidade em 2017 em 25 de Setembro de 2016)

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Manual de instruções para o político de esquerda...

1. Candidate-se dizendo que consegue exigir menos às pessoas, dar mais às pessoas e, no fim, ainda ter contas públicas melhores. Quando toda a gente lhe disser que isso não é possível, acuse-os de estarem feitos com o grande capital.
2. Até saírem os primeiros números, governe exigindo menos e dando mais. Quando o começarem a avisar de que, por aquele caminho, as suas perspectivas económicas serão irrealistas, acuse-os de bota-abaixismo.
3. Nota importante: o político de esquerda não precisa de dizer como vai fazer as coisas; ele apenas precisa de dizer que “é preciso” fazer as coisas. Por exemplo, ele não diz como vai acabar com os pobres, ele diz: “É preciso acabar com os pobres!”, e logo a plateia explode de loucura num aplauso febril. Ele não diz como pensa pôr a economia a crescer; ele diz: “É preciso pôr a economia a crescer!”, “É preciso atrair investimento”, “É preciso exportar mais”. É isto. Só isto. E será sempre isto até ao fim.
4. Começam a sair os primeiros números. Não há qualquer correspondência entre o cenário de crescimento económico que previra e a realidade. Diga que o mundo mudou, que houve uma gripe em África, um engarrafamento em Cabul, uma loja que fechou em Paris, e que isso mudou tudo.
5. Saem mais números. Mais e mais instituições o avisam para o perigo que está a correr e que é preciso mudar o rumo. Diga que “regista”.
6. Todos os indicadores dizem o óbvio: a sua estratégia falhou clamorosamente. Não há a mínima correspondência entre o que prometeu e o que conseguiu. O país não só não cresce mais, como não cresce de todo; mingua e está outra vez a cair em depressão económica. Quando toda a gente lhe disser isso, verifique quanto tempo falta para as eleições; se ainda faltar um pouco, acuse-os de fatalismo e diga que não se deixa abater. E que “é preciso” qualquer coisa. Sempre. “É preciso crescer”, “é preciso investimento”, “é preciso dinamismo”, “é preciso”.
7. O país está falido e vai haver eleições antecipadas. Volte ao número 1.

(por Alexandre Borges no 31 da Armada)

domingo, 18 de setembro de 2016

Uma semana (louca) em Portugal!

Uma das gémeas Mortágua, família cuja notoriedade define o país, mostrou quem realmente governa isto e anunciou um novo imposto sobre o património imobiliário ("para apanhar quem escapa ao IRS").
O PCP, que em matéria de assaltos não gosta de ficar à porta e invade furioso a horta, quer alargar o imposto ao património mobiliário, ou seja colocar a mão literalmente na massa.
A CGTP, que lutou pela "escola pública"(?), luta agora pelos trabalhadores despedidos dos colégios privados que se empenhou em fechar.
O secretário de Estado que viajou à conta da GALP não se demite do cargo mas demite-se de tutelar a GALP.
O Presidente dos "afectos" ouviu um par de "homólogos" estrangeiros jurarem-lhe pela pujança da economia indígena e não percebeu o sarcasmo.
O - passe a expressão - primeiro-ministro exibiu o imaginário que lhe habita a cabecinha e, em momento de típica erudição, sugeriu a Pedro Passos Coelho que vá caçar Pokémons.
O - desculpem o termo - ministro das Finanças, que cá dentro compete em boa disposição com o dr. Costa, andou lá fora a jurar que trabalha imenso para evitar um segundo "resgate", que na verdade seria o quarto. Os portugueses que ainda não enlouqueceram já nem duvidam da necessidade do resgate, mas duvidam que o tenhamos quando precisarmos dele.
O problema é que os portugueses que ainda não enlouqueceram são uma minoria de resistentes.
E um problema maior é que, aos poucos, a resistência perde razão de ser: a cada semana, o ambiente em curso convida à resignação e ao abandono.
De acordo com as sondagens, cinquenta e tal por cento dos cidadãos registam os sinais e acham que a coisa vai no bom caminho.
No meio da desagregação geral, a opinião publicada aflige-se com a entrevista de um juiz (pretexto para exaltar o eng. Sócrates), as memórias de um antigo assessor (pretexto para criticar Cavaco) e os mexericos do arq. Saraiva (pretexto para demolir Passos Coelho).
Portugal é uma casa em chamas onde os moradores só se preocupam com a fechadura que range. Não tarda, estamos a olear a porta reduzida a cinzas. E a culpar a "direita", a "Europa" e a Via Láctea pelos estragos...

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Verdasca, Gramsci e Marxismo Cultural.

O Sistema de Ensino é o ponto-chave da estratégia marxista reinventada que dá pelo nome de Marxismo Cultural e que pretende, numa década, a conquista do poder sem revolução e que foca com especial atenção o Ensino.
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 As crianças são educadas fora de casa cada vez mais cedo e mantidas nas escolas até o mais tarde possível. É a promulgação da adolescência perpétua que origina jovens adultos com personalidades fracas e influenciáveis, facilmente manipuláveis por discursos de "esperança" (no mítico mundo melhor) e de "mudança" (revolução), que tendem à revolta contra a ordem social e a olhar para o Estado como um pai adoptivo.
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O Lorde Bertrand Russell juntou-se à Escola de Frankfurt no seu esforço de engenharia social e disse de sua justiça no seu livro de 1951 com o título "The Impact of Science on Society". Nele, Russell escreve:
A fisiologia e a psicologia têm dentro de si espaço para técnicas cientificas que ainda aguardam desenvolvimento. A importância da psicologia em massa aumentou consideravelmente devido ao crescimento dos métodos modernos de propaganda. Destes, o mais influente é aquele chamado de "educação".
- Primeiro, que a influência do lar é destrutiva.
- Segundo, que nada mais pode ser feito a menos que a indoutrinação comece antes dos 10 anos.
- Terceiro, que os versos musicais entoados de forma repetitiva são muito eficazes.
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Quanto a técnica tiver sido aperfeiçoada, todos os governos que estiverem encarregados da educação durante uma geração, serão capazes de controlar os seus súbditos sem a necessidade de exércitos e polícias
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Escrevendo para a Fidelio Magazine em 1992, Michael Minnicino nota como os herdeiros de Marcuse e Adorno dominam por completo as universidades, "ensinando os seus alunos a deixar de lado a razão em favor de exercícios ritualistas do Politicamente Correcto. Foram publicados muito poucos livros teóricos de arte, letras, ou línguas nos Estados Unidos ou na Europa que não reconheçam abertamente a sua dívida para com a Escola de Frankfurt.

A "caça às bruxas" que ocorre actualmente nada mais é que a implementação do conceito de Marcuse com o nome de "tolerância repressiva" - 'tolerância para com os movimentos da esquerda, mas intolerância para com os movimentos da direita' - forçada pelos estudantes da Escola de Frankfurt."

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

a narrativa do partido socialista!

Porque é que o Costa não pode dizer as coisas simplesmente como elas são?
Onde está a dificuldade?
A dificuldade está num dos grandes legados do Sócrates aos seus correligionários: a teoria da “narrativa”. O princípio da teoria é expedito: não há factos partilháveis entre adversários políticos, não há informação independente dos interesses de cada um; cada partido pode e deve construir a sua própria “realidade”, sob pena de viver na realidade imposta pelo seu adversário. Com isto, Sócrates não estava a aludir à habitual disputa de interpretação das estatísticas, mas a outra coisa muito mais radical: à possibilidade e à conveniência de engendrar grandes ficções, recusando qualquer terreno comum de dados com os adversários. Passou a ser a regra entre os seus sucessores. Vimo-los assim insistir que em 2011 o país estava óptimo e as dificuldades só começaram quando a “direita radical” assaltou o poder. 
A “narrativa”, para aqueles que pretendem passar por gente de esquerda, tornou-se uma questão de identidade. Quem não repetir a “narrativa”, não é do PS, não é de esquerda, ou está a ceder, por debilidade ou inconsciência, a uma coisa que se chama “ideologia da direita”, e que corresponde mais ou menos a toda a informação que não condiz com os interesses do António Costa e dos seus aliados.

Nada disto, porém, poderia funcionar sem outro legado socrático no PS: a adopção da visão demoníaca que o PCP e o BE têm daquilo que chamam a “direita”, e que frequentemente no passado incluiu o próprio PS. No mundo do PCP e do BE, o pluralismo não é normal. Por isso, é-lhes impossível conceber a direita como uma expressão legitima da diversidade de opiniões e de alternativas num regime livre. Pelo contrário, a direita pareceu-lhes sempre um caso de criminalidade odiosa, a justificar todas as exclusões e autos-de-fé. Sócrates promoveu esta mentalidade de guerra civil no PS, o que, em Novembro de 2015, ajudou a explicar a conjugação com o PCP e o BE: tudo era preferível à continuação do “governo da direita”, porque a direita, como todo o verdadeiro homem de esquerda sabe, é o mal absoluto. Esta negação do pluralismo tem também sido fundamental para a produção da “narrativa”, na medida em que é a caricatura satânica dos adversários que legitima a redução da discussão pública à propaganda e à contra-informação.

A INAUGURAÇÃO DA ESTÁTUA A MARIA DA FONTE

No dia 15 de Setembro de 1920 foi inaugurado no Jardim da Parada, pelo Presidente da República Dr. Teófilo Braga, o monumento homenageando Maria da Fonte, da autoria do escultor Augusto da Costa Motta (tio).
Esta inauguração aproveitava a comemoração do centenário do regime liberal em Portugal, e relembrava um dos episódios mais significativos para o reacender da luta entre os conservadores miguelistas e os ideais liberais - a revolta da Maria da Fonte.
Ocorrida na primavera de 1846, na zona da Póvoa do Lanhoso (Minho), esta insurreição tem na sua origem o descontentamento face às novas leis aprovadas pelo governo de Costa Cabral. A revolta terá tido uma forte componente feminina, apontando-se como principal instigadora dos acontecimentos uma jovem mulher, natural de Fonte de Arcada. O espírito liberal de «Maria da Fonte» difundiu-se um pouco por todo o país tendo culminado na guerra civil da Patuleia, na qual triunfam os liberais, cartistas, em 1847.

No mesmo dia, no âmbito das mesmas comemorações, foi inaugurado o novo topónimo «Rua Silva Carvalho», substituindo-se a antiga designação de «Rua de São João dos Bem Casados». No edifício de gaveto entre a Rua Silva Carvalho (nº 136) e a Rua do Sol ao Rato (onde hoje existe a Farmácia Almeida) foi descerrada a placa toponímica.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sully Milagre do Rio Hudson

15 de Janeiro de 2009. Menos de dois minutos depois de descolar do aeroporto de La Guardia em Nova York o voo 1549 da US Airways colide com um bando de pássaros. Os dois motores subitamente perdem todo a propulsão levando o Airbus A-320 a começar a cair. A tripulação tenta desesperadamente religar os motores mas não consegue. Com Nova York de um lado e Nova Jersey do outro o capitão Chesley Sullenberger fica sem opções. Procurando desesperadamente por um lugar para aterriar Sullenberger manda os passageiros e tripulantes prepararem-se para o impacto e informa a torre de controle que fará um pouso forçado nas águas congeladas do rio Hudson. Surpreendentemente todos os 155 ocupantes sobrevivem. Em seguida os investigadores tentam descobrir como as aves podem ter avariado dois dos motores a jacto mais avançados do mundo. Será que eles podem evitar que isso aconteça novamente?

Salvou 155 pessoas tomando a decisão certa em alguns segundos.

As simulações do acidente com computadores e com humanos mostravam que o avião podia ter regressado ao aeroporto evitando a amaragem no Rio Hudson.

Quando mostraram as simulações os pilotos viram imediatamente que pouco tinham a ver com a realidade. Faltava o factor humano. Quantas tentativas os pilotos de testes fizeram antes de conseguirem levar de volta o avião ao aeroporto de La Guardia ? Dezassete. E sem 155 pessoas a bordo.

percebe-se o desespero...

Quando um primeiro ministro faz o  número circense de que tudo vai bem quando há mais alunos a concorrer ao ensino superior percebe-se o desespero. O naufrago agarra-se à primeira tábua mesmo que afunde à primeira onda.
As exportações caíram como há muito não acontecia. As importações levaram um tombo de todo o tamanho consequência do arrefecimento da actividade económica. O PIB cresce menos de metade do prometido.

O aumento dos impostos indirectos, segundo aumento, diga-se, já é publicamente anunciado e o IRS vai ser mexido. Para baixo é que não é. E a redução do IVA ainda não teve tempo de lançar achas para a fogueira bem como o custo acrescido das 35 horas.
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Aparentemente a generalidade dos jornalistas acham que a sua função consiste em reproduzir declarações de terceiros, e não relatar factos e ajudar a compreender a realidade a partir de informação verificável. Declarações de terceiros deste tipo, isto é, com recursos a tretas, se não escrutinadas pelo jornalismo, são a essência do populismo e não se percebe por que razão são reproduzidas sem mais.
A responsabilidade dos jornalistas no crescimento do populismo é inegável quando qualquer pessoa (podemos discutir se é mesmo qualquer mas não é isso que agora me interessa) sabe que pode fazer declarações destas sem ser verdadeiramente escrutinado e posto a ridículo pela imprensa. (por Henrique Pereira dos santos no Corta-Fitas)


a teoria da narrativa

Porque é que Costa não pode dizer as coisas simplesmente como elas são?
Onde está a dificuldade?
A dificuldade está num dos grandes legados de Sócrates aos seus correligionários:
a teoria da “narrativa”.
O princípio da teoria é expedito: não há factos partilháveis entre adversários políticos, não há informação independente dos interesses de cada um; cada partido pode e deve construir a sua própria “realidade”, sob pena de viver na realidade imposta pelo seu adversário. Com isto, Sócrates não estava a aludir à habitual disputa de interpretação das estatísticas, mas a outra coisa muito mais radical: à possibilidade e à conveniência de engendrar grandes ficções, recusando qualquer terreno comum de dados com os adversários. Passou a ser a regra entre os seus sucessores. Vimo-los assim insistir que em 2011 o país estava óptimo e as dificuldades só começaram quando a “direita radical” assaltou o poder.
A “narrativa”, para aqueles que pretendem passar por gente de esquerda, tornou-se uma questão de identidade. Quem não repetir a “narrativa”, não é do PS, não é de esquerda, ou está a ceder, por debilidade ou inconsciência, a uma coisa que se chama “ideologia da direita”, e que corresponde mais ou menos a toda a informação que não condiz com os interesses do Costa e dos seus aliados.
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Nada disto, porém, poderia funcionar sem outro legado socrático no PS:
a adopção da visão demoníaca que o PCP e o BE têm daquilo que chamam a “direita”, e que frequentemente no passado incluiu o próprio PS.
No mundo do PCP e do BE, o pluralismo não é normal. Por isso, é-lhes impossível conceber a direita como uma expressão legitima da diversidade de opiniões e de alternativas num regime livre. Pelo contrário, a direita pareceu-lhes sempre um caso de criminalidade odiosa, a justificar todas as exclusões e autos-de-fé.
Sócrates promoveu esta mentalidade de guerra civil no PS, o que, em Novembro de 2015, ajudou a explicar a conjugação com o PCP e o BE: tudo era preferível à continuação do “governo da direita”, porque a direita, como todo o verdadeiro homem de esquerda sabe, é o mal absoluto.

Esta negação do pluralismo tem também sido fundamental para a produção da “narrativa”, na medida em que é a caricatura satânica dos adversários que legitima a redução da discussão pública à propaganda e à contra-informação. (in Observador por Rui Ramos)

domingo, 11 de setembro de 2016

O dia em que o mundo mudou faz quinze anos!

Em Lisboa faltavam 5 minutos para as 2 da tarde quando a CNN interrompeu a emissão e informou que um avião tinha embatido contra uma das Torres Gémeas...
Não sei quanto tempo se passou até que as câmaras mostraram um segundo avião a colidir com outra das torres. 
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...eram 08.55 na Big Aple e o mundo mudou!


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ele é catavento. Ele é mediático...

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Quem diria, em 2004, ao fim de quase nove anos de enfático parlamentarismo, que Jorge Sampaio ia derrubar um governo com maioria no parlamento?
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Em 1975, perante o PREC, Kissinger propôs-se deixar os portugueses experimentarem a revolução comunista como “vacina” contra um radicalismo em voga na Europa ocidental. E embora não se tenha ido tão longe como Kissinger estava disposto a ir, a dose foi suficiente [até há menos de um ano].
Todas as explicações da atitude do presidente pressupõem esta sabedoria, que diz que em certas condições “o poder queima” e pode ser uma “vacina”.
No Portugal de hoje, a economia estagnou e depende do BCE.
O “presidente do conselho” não tem condições, nem para fazer reformas, nem para gerar confiança. Mas para quê afrontá-lo, quando até já o Financial Times percebeu como isto vai acabar? 
Este foi sempre um regime inseguro e desconfiado, e por isso marcado, desde o início, por uma certa fatalidade. Não devemos subestimar a sabedoria dos seus protagonistas. Mas podemos, talvez, apontar-lhe os riscos. A vacina de Kissinger foi eficaz, mas ainda a estamos a pagar, por exemplo numa banca sem capitais. Quando se deixa a casa arder, nunca se sabe o que pode desaparecer no fogo. Mas por outro lado, estes são, de facto, os primeiros seis meses de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma presidência tem história até ao último minuto. Lembram-se de Jorge Sampaio? Quem diria, em 2004, ao fim de quase nove anos de enfático parlamentarismo, que ia derrubar um governo com maioria no parlamento?
mais AQUI.
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[Só que, desta vez, os “confrontos de rua” irão ultrapassar São Paulo ou Paris! Porque a geringonça é de esquerda e “uma vez alçada no poder, só de lá sai pela força”…]
e
até quando idiotas-úteis, comentadores e imprensa a que temos direito vão continuar a viver sem memória?]

Auto-ajuda para decidir sentido do voto. Precisa-se…

…há que dizer que as editoras e livrarias nacionais deviam alargar, com urgência, os assuntos dos livros de autoajuda ao discernimento do sentido de voto dos eleitores nacionais. …
Sem dúvida, necessitamos de livros de autoajuda para identificarmos os políticos problemáticos.
Como alguém comentava há tempos no Facebook, se no Porto um lisboeta fizesse o que o portuense Medina está a fazer em Lisboa, haveria uma revolução.
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é ajuizado ser bairrista na hora de eleger o presidente de câmara. É votar num rebento garboso da terra, se faz favor.
Ilustro esta necessidade com Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa. Quando for a votos (desta vez, fica bem dizer em defesa dos lisboetas, que não foi eleito).
Talvez seja útil lembrarmo-nos que o “candidato” é do Porto e claramente não gosta de Lisboa nem percebe a cidade. Lisboa é para Medina apenas uns degraus no escadote que quer subir dentro do PS.
Se votarem em alguém com ligações difusas ao município, já sabem, correm o risco de lhes sair um Fernando Medina.
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Lisboa está disfarçada de estaleiro de obras – e agora acabou o verão e para a semana começam as aulas da criançada.
Temos de reconhecer: só algum louco ou uma pessoa que quer mal à cidade e aos lisboetas faz, ao mesmo tempo, obras por todo o lado, sem discriminar entre vielas ou artérias daquelas capazes de parar uma cidade. A azáfama é tanta que já há obras à noite, sem respeito pelo descanso dos moradores.
Tenho para mim que Medina percebeu que vai ser castigado (em votos) pelas horas a mais no trânsito que nos próximos meses vai impor aos lisboetas, tanto que encontrou um legalismo para parar as calamitosas obras da Segunda Circular. Obras incompreensíveis, essas – excepto se Medina inscreveu Lisboa num qualquer estudo psicológico internacional para medir, nas populações, o aumento da toma de ansiolíticos provocado por políticos sádicos.
E no fim das obras continuaremos a ter maiores filas de trânsito (é esse o objectivo, com menos vias nas ruas e mais estreitas), horas perdidas dentro dos carros e transportes, passeios largos em zonas de pouco fluxo pedonal e desagradáveis para esplanadas, ciclovias sem ciclistas (ofereço generosamente o meu testemunho: das muitas vezes que passei pela ciclovia da Avenida Duque D’Ávila, vi o total avassalador de zero ciclistas a usá-la). É para os lisboetas aprenderem, por não quererem pedalar por uma cidade cheia de colinas nem usarem apenas os transportes públicos incertos, sem cobertura em algumas zonas nem capacidade de responder a mais procura.

Pois é, necessitamos de livros de autoajuda para identificarmos os políticos problemáticos. Pelo menos em Lisboa. (in Observador por Maria João Marques)