Quando um primeiro ministro faz
o número circense de que tudo vai bem quando há mais alunos a concorrer
ao ensino superior percebe-se o desespero. O naufrago agarra-se à primeira
tábua mesmo que afunde à primeira onda.
As exportações caíram como há muito
não acontecia. As importações levaram um tombo de todo o tamanho consequência
do arrefecimento da actividade económica. O PIB cresce menos de metade do
prometido.
O aumento dos impostos indirectos,
segundo aumento, diga-se, já é publicamente anunciado e o IRS vai ser mexido.
Para baixo é que não é. E a redução do IVA ainda não teve tempo de
lançar achas para a fogueira bem como o custo acrescido das 35 horas.
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Aparentemente a generalidade dos
jornalistas acham que a sua função consiste em reproduzir declarações de
terceiros, e não relatar factos e ajudar a compreender a realidade a partir de
informação verificável. Declarações de terceiros deste tipo, isto é, com
recursos a tretas, se não escrutinadas pelo jornalismo, são a essência do
populismo e não se percebe por que razão são reproduzidas sem mais.
A responsabilidade dos jornalistas
no crescimento do populismo é inegável quando qualquer pessoa (podemos discutir
se é mesmo qualquer mas não é isso que agora me interessa) sabe que pode fazer
declarações destas sem ser verdadeiramente escrutinado e posto a ridículo pela
imprensa. (por Henrique Pereira dos santos no Corta-Fitas)