Uma das gémeas Mortágua, família cuja notoriedade define o país, mostrou quem realmente governa isto e anunciou um novo imposto sobre o património
imobiliário ("para apanhar quem escapa ao IRS").
O PCP, que em matéria de assaltos não gosta de ficar à porta e invade furioso a horta, quer alargar o imposto ao património mobiliário, ou seja colocar
a mão literalmente na massa.
A CGTP, que lutou pela "escola pública"(?), luta agora pelos trabalhadores despedidos dos colégios privados que se empenhou em fechar.
O secretário de Estado que viajou à conta da GALP não se demite do cargo mas demite-se de tutelar a GALP.
O Presidente dos "afectos" ouviu um par de "homólogos" estrangeiros jurarem-lhe pela pujança da economia indígena e não percebeu o sarcasmo.
O - passe a expressão - primeiro-ministro exibiu o imaginário que lhe habita a cabecinha e, em momento de típica erudição, sugeriu a Pedro Passos Coelho
que vá caçar Pokémons.
O - desculpem o termo - ministro das Finanças, que cá dentro compete em boa disposição com o dr. Costa, andou lá fora a jurar que trabalha imenso para
evitar um segundo "resgate", que na verdade seria o quarto. Os portugueses que ainda não enlouqueceram já nem duvidam da necessidade do resgate, mas duvidam que o tenhamos quando precisarmos dele.
O problema é que os portugueses que ainda não enlouqueceram são uma minoria de resistentes.
E um problema maior é que, aos poucos, a resistência perde razão de ser: a cada semana, o ambiente em curso convida à resignação e ao abandono.
De acordo com as sondagens, cinquenta e tal por cento dos cidadãos registam os sinais e acham que a coisa vai no bom caminho.
No meio da desagregação geral, a opinião publicada aflige-se com a entrevista de um juiz (pretexto para exaltar o eng. Sócrates), as memórias de um
antigo assessor (pretexto para criticar Cavaco) e os mexericos do arq. Saraiva (pretexto para demolir Passos Coelho).
Portugal é uma casa em chamas onde os moradores só se preocupam com a fechadura que range. Não tarda, estamos a olear a porta reduzida a cinzas. E a culpar a "direita",
a "Europa" e a Via Láctea pelos estragos...