…há que dizer que as editoras e
livrarias nacionais deviam alargar, com urgência, os assuntos dos livros de
autoajuda ao discernimento do sentido de voto dos eleitores nacionais. …
Sem dúvida, necessitamos de livros de
autoajuda para identificarmos os políticos problemáticos.
Como alguém comentava há tempos no
Facebook, se no Porto um lisboeta fizesse o que o portuense Medina está a fazer
em Lisboa, haveria uma revolução.
.
é ajuizado ser bairrista na hora de
eleger o presidente de câmara. É votar num rebento garboso da terra, se faz
favor.
Ilustro esta necessidade com Fernando
Medina, presidente da Câmara de Lisboa. Quando for a votos (desta vez, fica bem
dizer em defesa dos lisboetas, que não foi eleito).
Talvez seja útil lembrarmo-nos que o “candidato”
é do Porto e claramente não gosta de Lisboa nem percebe a cidade. Lisboa é para
Medina apenas uns degraus no escadote que quer subir dentro do PS.
Se votarem em alguém com ligações
difusas ao município, já sabem, correm o risco de lhes sair um Fernando Medina.
.
Lisboa está disfarçada de estaleiro
de obras – e agora acabou o verão e para a semana começam as aulas da
criançada.
Temos de reconhecer: só algum louco
ou uma pessoa que quer mal à cidade e aos lisboetas faz, ao mesmo tempo, obras
por todo o lado, sem discriminar entre vielas ou artérias daquelas capazes de
parar uma cidade. A azáfama é tanta que já há obras à noite, sem respeito pelo
descanso dos moradores.
Tenho para mim que Medina percebeu
que vai ser castigado (em votos) pelas horas a mais no trânsito que nos
próximos meses vai impor aos lisboetas, tanto que encontrou um legalismo para parar as calamitosas obras da Segunda Circular.
Obras incompreensíveis, essas – excepto se Medina inscreveu Lisboa num qualquer
estudo psicológico internacional para medir, nas populações, o aumento da toma
de ansiolíticos provocado por políticos sádicos.
E no fim das obras continuaremos a
ter maiores filas de trânsito (é esse o objectivo, com menos vias nas ruas e
mais estreitas), horas perdidas dentro dos carros e transportes, passeios
largos em zonas de pouco fluxo pedonal e desagradáveis para esplanadas,
ciclovias sem ciclistas (ofereço generosamente o meu testemunho: das muitas
vezes que passei pela ciclovia da Avenida Duque D’Ávila, vi o total avassalador
de zero ciclistas a usá-la). É para os lisboetas aprenderem, por não quererem
pedalar por uma cidade cheia de colinas nem usarem apenas os transportes
públicos incertos, sem cobertura em algumas zonas nem capacidade de responder a
mais procura.
Pois é, necessitamos de livros de
autoajuda para identificarmos os políticos problemáticos. Pelo menos em Lisboa.
(in Observador por )