sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ele é catavento. Ele é mediático...

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Quem diria, em 2004, ao fim de quase nove anos de enfático parlamentarismo, que Jorge Sampaio ia derrubar um governo com maioria no parlamento?
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Em 1975, perante o PREC, Kissinger propôs-se deixar os portugueses experimentarem a revolução comunista como “vacina” contra um radicalismo em voga na Europa ocidental. E embora não se tenha ido tão longe como Kissinger estava disposto a ir, a dose foi suficiente [até há menos de um ano].
Todas as explicações da atitude do presidente pressupõem esta sabedoria, que diz que em certas condições “o poder queima” e pode ser uma “vacina”.
No Portugal de hoje, a economia estagnou e depende do BCE.
O “presidente do conselho” não tem condições, nem para fazer reformas, nem para gerar confiança. Mas para quê afrontá-lo, quando até já o Financial Times percebeu como isto vai acabar? 
Este foi sempre um regime inseguro e desconfiado, e por isso marcado, desde o início, por uma certa fatalidade. Não devemos subestimar a sabedoria dos seus protagonistas. Mas podemos, talvez, apontar-lhe os riscos. A vacina de Kissinger foi eficaz, mas ainda a estamos a pagar, por exemplo numa banca sem capitais. Quando se deixa a casa arder, nunca se sabe o que pode desaparecer no fogo. Mas por outro lado, estes são, de facto, os primeiros seis meses de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma presidência tem história até ao último minuto. Lembram-se de Jorge Sampaio? Quem diria, em 2004, ao fim de quase nove anos de enfático parlamentarismo, que ia derrubar um governo com maioria no parlamento?
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[Só que, desta vez, os “confrontos de rua” irão ultrapassar São Paulo ou Paris! Porque a geringonça é de esquerda e “uma vez alçada no poder, só de lá sai pela força”…]
e
até quando idiotas-úteis, comentadores e imprensa a que temos direito vão continuar a viver sem memória?]