sexta-feira, 15 de março de 2019

Novo Banco: um caso de policia?

Em Julho de 2018, o destino dos cerca de Nove Mil Imóveis que estavam sob a gestão do Novo Banco foi a Hudson Advisers, que tem sede em Dallas e é chefiada por John Graykeno, o fundador (em 1995) e presidente da Lone Star.
Baptizado pela imprensa de “milionário oportunista”, Graykeno renunciou em 1999 à cidadania americana e assumiu a irlandesa na tentativa de pagar menos impostos.
Este contrato de gestão prevê que o património se mantenha registado no balanço do Novo Banco, mas passe a ser gerido e... rentabilizado pelo veículo texano.
Contactada sobre esta relação com o accionista, fonte oficial do Novo Banco esclarece que:
“Na sequência da aquisição do Novo Banco, a Lone Star contratou a Hudson Advisers para monitorizar e apoiar o plano de “recuperação” do banco”. 
E que o contrato proíbe “a possibilidade de transacções entre as empresas Lone Star e o Grupo Novo Banco”, excepto contratos “até um valor máximo de 7,5 milhões de euros”.
Adicionalmente, confirma, ainda que sem detalhar, que “existem dois contratos com a Hudson Advisors, um para a prestação de serviços de assistência e aconselhamento em matérias imobiliárias, e outro de serviços gerais em matérias financeiras e estratégicas”.
Ora, a Passagem de Património do Novo Banco para a Hudson não passou despercebida dentro da instituição que sucedeu ao BES. Afinal, estão em causa aproximadamente nove mil imóveis, mas também um negócio entre partes relacionadas de centenas de milhões de euros. Ou seja:
um “acordo” do banco com uma empresa pertencente ao seu accionista que, pelo trabalho encomendado cobra comissões.
mas há mais:
É que pela eventual venda posterior acima dos valores registados em balanço, A Hudson deverá cobrar uma Percentagem ao Novo Banco.
Na prática, esta é uma forma de a Lone Star recuperar o pouco que investiu no Novo Banco quando assumiu o controlo ficando com o banco por custo zero, enquanto você paga os negócios e o prejuízo. (por Maria Manuela no FeiceBuque)