Por
mais cataplanas que o primeiro-ministro nos sirva na TV, e
por mais explicações
que o ministro das Finanças procure entreter,
foram
eles que decidiram aquela venda do Novo Banco...
.
Quando,
em Agosto de 2014, o BES foi intervencionado, o banco bom (NB) recebeu 4,9 mil
milhões de euros de capital do Fundo de Resolução. Um ano depois, no final de
2015, numa decisão que o Banco de Portugal irá lamentar por muitos e longos
anos, foi decidida a retransmissão pelo NB de dois mil milhões de euros de
passivos ao BES em liquidação (banco mau). Pelo caminho, entre 2014 e 2017, o
banco bom (NB) registou prejuízos acumulados de 3,7 mil milhões de euros.
Deste
modo, entre a resolução de 2014 e a venda ao Lone Star em 2017, o Novo Banco
queimou mais de metade dos 6,9 mil milhões de euros que, entre a injecção de
capital e a retransmissão de passivo (na prática, um aumento de capital
implícito), o Fundo de Resolução lhe proporcionou. (in “O Novo Banco
e o Retificativo” por Ricardo Arroja)