Claro que a entrevista não podia ser feita
ao “candidato do ps” que de “europa” nada sabe (e de muitas outras coisas também
não”!). Tinha que ser feita ao Costa...
...
Ao Costa que "faz" doutrina sobre muitos temas.
Mas a “questão do euro”, a reconciliação dos povos com a “globalização” ou a
ideia de que a prosperidade dos países do norte é conseguida à custa dos países
do sul são usadas em carrossel sempre para justificar esquemas de transvase de
dinheiro. E como seria de esperar, toda a resistência a esse projecto é
atribuída a uma “crise dos valores demo-liberais”.
Em vez de “europeizar Portugal”, o “poder
socialista” tem-se ocupado sobretudo com fantasias de “portugalizar a Europa”,
isto é, de reduzir a União Europeia a um mecanismo de redistribuição de
rendimentos através do poder político. Nessa união de “apoios”,
“transferências” e “mutualizações”, cada Estado funcionaria como uma espécie de
federação nacional dos clientes e dependentes que, dentro das suas fronteiras,
lutam entre si para disputar uma fatia do bolo do Estado e que, fora das
fronteiras, lutariam juntos para obter uma fatia do bolo da UE. (in “António
Costa e a portugalização da Europa” por Rui Ramos)