Para o ainda primeiro-ministro o FMI não é uma possibilidade, já que Portugal está «a fazer o que deve» para cumprir as metas do défice a que se comprometeu com Bruxelas. «Não temos nenhum problema que exija recorrer ao Fundo Monetário Internacional. O nosso problema é apenas um problema orçamental que temos de corrigir, tal como outros países têm! Quem não percebe que o que estamos a viver é uma questão sistémica, que diz respeito ao euro, não percebeu nada desta crise», disse-o numa entrevista, publicada em 11 de Dezembro no Diário de Notícias. agencia financeira
Fazendo-lhe eco o candidato presidencial apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda, Manuel Alegre, veio-lhe em auxilio e, no mesmo dia, destacou «a determinação do primeiro-ministro de querer resolver os problemas do país sem recurso ao FMI». «É uma posição correcta e que merece o apoio de todos os que preservam a autonomia e a dignidade do país», considerou o poeta. sol ~
Cavaco Silva, candidato à reeleição nas presidenciais de Janeiro, disse, uma dezena de dias depois, durante um debate na TVI que «se o Fundo Monetário Internacional entrar no país isso significará que o governo deste ainda primeiro-ministro falhou». portugal digital
Nada que não fosse previsível! Hoje a agência de notação financeira Fitch cortou o rating de Portugal de AA- para A+, justificando-o com maiores dificuldades de financiamento tanto do Estado como dos bancos desde a última revisão publicada. A Fitch sublinha que o objectivo do défice orçamental de 7,3 por cento este ano irá ser atingido, mas apenas com recurso a medidas extraordinárias que equivalem a um por cento do PIB, referindo-se às transferências dos fundos de pensões da Portugal Telecom, o que irá tornar ainda mais difícil o ajustamento do défice estrutural previsto a realizar em 2011.
Por outro lado, a Fitch entende que a pressionar a consolidação que o Governo pretende fazer estará o facto de a economia entrar em recessão no próximo ano. tsf
O "nosso primeiro" virá dizer-nos que a Fitch realça que "o objectivo do défice orçamental de 7,3 por cento este ano irá ser atingido" e prepara a sua antecipada reforma sem deduções.
Passos Coelho, o lider do auto nomeado maior partido da oposição, já veio hoje informar-nos que "se todos são responsáveis, o governo é-o ainda mais", usando aquele "ar importante" de futuro primeiro e executor do programa do FMI.
Alegre vai ficar calado ou dizer que a culpa é do candidato Cavaco Silva e este, já eleito, vai esquecer-se que disse "que o governo deste ainda primeiro-ministro falhou".
O FMI chegará com a Primavera do nosso descontentamento. Talvez seja a salvação do país e, se sairmos do marasmo que nos é genético, poderá abrir as portas para que se acabe com o moribundo sistema que, com 37 anos, será quase tão velho como aquele com que acabou...
Ou iremos integrar aquilo que a Isabel Católica iniciou.