Que 2009 nos traga a capacidade de acreditarmos para podermos lutar
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Os últimos tempos têm sido mauzitos em termos não só económicos, mas políticos e sobretudo sociais (Isto de estar ao lado deste vizinho da minha janela às vezes faz-me cair na depressão!). Mas se eu conheço bem o povo que somos, a festa da Passagem de Ano vai ser igual, com muito espumoso e bailaricos, sorrisos, abraços e beijinhos ao bater das badaladas da meia-noite (que nunca coincidem no tempo que temos para engolir as passas nem com os diferentes sinais horários de cada uma das Tvs ou emissoras de rádio). Nesse momento ninguém se vai lembrar da crise e se o fizer será para dizer: “- Toca a gozar hoje, que depois logo se verá!”. Grandes sonhadores somos nós, os portugueses !!! E talvez dos povos mais felizes da Europa: como já estamos em crise há anos, diria melhor, há séculos, de certeza que a queda não poderá ser grande. O mesmo não dirão os nossos irmãos espanhóis ou os ingleses e outros mais que, habituados a um alto nível de vida por serem disciplinados e melhor governados, irão estranhar o apertar do cinto.
Ninguém deseja uma situação como a que se adivinha. Contudo acho que poderá ser para nós, portugueses, um momento pedagógico. Da nossa História herdamos o gosto pelo esbanjar. É só lembrar-nos das Descobertas. Tudo quanto se ganhou foi gasto em obras grandiosas e gastos nacionais e pessoais supérfluos (como as atitudes se repetem no Tempo !!!). A quadra que estamos a viver é disso exemplo: Quanto dinheiro desperdiçado em prendas desnecessárias, mas que um marketing agressivo nos meteu pela porta dentro! Tenho esperança que esta crise nos leve a repensar o nosso excesso de consumismo e nos ensine (por isso lhe chamo momento pedagógico) a gastar apenas no essencial, no útil, para que o pouco que temos possa ser dividido por todos.
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Isabel Lago em Matosinhos Hoje