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Certamente porque andaram ocupadas a
reivindicar a libertação de Lula da Silva nem a CGTP nem a UGTtiveram tempo e cabeça para denunciar o que está a
acontecer ao património da Segurança Social na cidade de Lisboa. Nos mesmos
dias em que as duas centrais sindicais portuguesas arrancavam as vestes por
Lula da Silva, o presidente da CML, Fernando Medina, anunciava habitação “para
mais de 1100 pessoas, entre habitação permanente e residências universitárias,
quartos para estudantes universitários.” Tudo isto graças aos dez edifícios que a Segurança Social actualmente ocupa
na Av. dos Estados Unidos da América, Av. da República, Entrecampos e
Alameda.
Espantosamente esta municipalização
do património da Segurança Social não causou qualquer pergunta. Mas há muito
para perguntar.
Em primeiro lugar, qual o interesse
para Segurança Social em transformar o seu valioso património imobiliário em
habitação social?
Esta não terá de acabar na
degradação recorrente de muita da habitação social na cidade de Lisboa mas na
melhor das hipóteses não dará prejuízo. O que ganham os trabalhadores com esta afectação?
E já agora, quais vão ser os custos
que a Segurança Social vai ter de suportar com as suas novas instalações?
A utilização da Segurança Social
para fazer políticas de urbanismo seja investindo em habitação social o
dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social seja
agora através desta municipalização dos seus edifícios permite fazer belas
sessões de propaganda mas é um péssimo negócio para a Segurança Social.
Será muito difícil perguntar aos
dirigentes da CGTP e da UGT porque se calam perante este esbulho da
Segurança Social? (in “A pantomina” por Helena Matos)