segunda-feira, 15 de abril de 2019

lembram-se? casas com renda acessível para 1100 pessoas em zonas nobres!


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Certamente porque andaram ocupadas a reivindicar a libertação de Lula da Silva nem a CGTP nem a UGTtiveram tempo e cabeça para denunciar o que está a acontecer ao património da Segurança Social na cidade de Lisboa. Nos mesmos dias em que as duas centrais sindicais portuguesas arrancavam as vestes por Lula da Silva, o presidente da CML, Fernando Medina, anunciava habitação “para mais de 1100 pessoas, entre habitação permanente e residências universitárias, quartos para estudantes universitários.” Tudo isto graças aos dez edifícios que a Segurança Social actualmente ocupa na Av. dos Estados Unidos da América, Av. da República, Entrecampos e Alameda.
Espantosamente esta municipalização do património da Segurança Social não causou qualquer pergunta. Mas há muito para perguntar.
Em primeiro lugar, qual o interesse para Segurança Social em transformar o seu valioso património imobiliário em habitação social?
Esta não terá de acabar na degradação recorrente de muita da habitação social na cidade de Lisboa mas na melhor das hipóteses não dará prejuízo. O que ganham os trabalhadores com esta afectação?
E já agora, quais vão ser os custos que a Segurança Social vai ter de suportar com as suas novas instalações?
A utilização da Segurança Social para fazer políticas de urbanismo seja investindo em habitação social o dinheiro do  Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social seja agora através desta municipalização dos seus edifícios permite fazer belas sessões de propaganda mas é um péssimo negócio para a Segurança Social.

Será muito difícil perguntar aos dirigentes da CGTP e da UGT porque se calam perante este esbulho da Segurança Social? (in “A pantomina” por Helena Matos)