As dores que os nossos media assumem
acerca de acontecimentos estranhos a eles – estrangeiros, literalmente – é
menos reveladora desses acontecimentos do que da natureza desses media.
Desta vez, entre outros,
voluntariou-se o Expresso para explicar onde doía. Depois de titular
que «Extrema-direita entra no parlamento da Andaluzia em eleições ganhas por
PSOE», depois de fazer considerações enternecedoras sobre as dificuldades de
constituir um governo minoritário socialista, o jornal esquece-se de somar os
votos da direita maioritária.
.
Bem viu o Expresso (e
custa-lhe tanto que o omite) que os adversários também podem formar geringonças
bem menos atrabiliárias do aquela que a habilidade de Costa engendrou e o
semanário reverencia. (in
Observador.pt/opiniao)