Só por cegos, os dois últimos presidentes da Câmara de Lisboa, poderão não ser vistos como aqueles, que
sendo culturalmente diferentes, tem vindo a descaracterizar a cidade.
Modernizar! Dizem-nos...
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Era praticamente a última das
vivendas que em tempos marcaram a paisagem da Avenida de Berna, em Lisboa.
Hoje para quem passa o portão número
64 da Avenida de Berna, em Lisboa, em frente à Fundação Gulbenkian, junto à
Praça de Espanha, torna-se difícil imaginar que em 1943 aqui se ergueu um
restaurante sob a alçada de um casal de refugiados da segunda Guerra Mundial. Era
uma casa branca de arquitetura antiga, trepada por folhas verdes que se
estendiam sobre as nossas cabeças desde o portão principal até à entrada,
janelas de bordas amarelas gastas pelo tempo, telha laranja a cobrir o teto e o
característico arco de boas vindas com a inscrição "La Gôndola".
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Desenhado em 1928 pelo
engenheiro Júlio Salustiano, o primeiro
restaurante italiano de Lisboa, La Gôndola, conheceu a luz do dia poucos meses
depois de Enrico Mandillo e Maddalena Ranedda fugirem juntos de Itália e se
instalarem em Lisboa, no fim da Segunda Guerra Mundial. Ele um poeta,
jornalista, oficial da Marinha e adepto do fascismo italiano. Ela, quem
dominava o requinte de uma cozinha italiana e, mais tarde, portuguesa. (in Susete
Francisco e Catarina
Reis)