quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
domingo, 28 de janeiro de 2018
o meu desabafo para memória futura!
“André
Ventura recusa ficar parado enquanto espera e, em declarações à SÁBADO, anuncia-se
como pré-candidato às próximas directas. "Não voltará a haver eleições no
PSD sem a minha presença", garante o vereador da Câmara Municipal de
Loures.”
.
pois é!
Continuemos armados em parvos
politicamente correctos e iremos começar a vê-los aparecer.
Claro que a “clubite aplicada” e a
“empenhada iliteracia” que tem aumentado a nossa incultura politica, para já,
não nos permite admitir que por cá também irão aparecer estes fenomenos de
populismo. Mas vão!
Não esqueçam que em França o Macron,
verdadeiramente não ganhou uma eleição, ganhou o referendo “anti Frente
Nacional de Le Pen”, na Alemanha a Chancelerina Markel e os socialistas do SPD
perderam para a Alternativa para a Alemanha.
Lembrem-se que os Austríacos
corrigiram a eleição do agora Presidente Van der Bellen dando a maioria
legislativa ao Partido Popular (ÖVP) e ao Partido da
Liberdade (FPÖ) e relembremo-nos da Croácia e da Holanda, olhando para a
Polónia ou para a Hungria.
Só quem anda distraído (ou
anestesiado pela imprensa a que tem direito) é que ainda não percebeu que os
votantes de direita (a quem nunca lhes foi concedido um partido) agora órfãos
do PáF,
estão deles ávidos!
.
e assim cá fica o meu desabafo para
memória futura!
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
nórdicos do sul da Europa
títulos que se ouvem aqui e ali e continuam
desligados da sua realidade...
.
Há pouco mais de quatro anos, a BBC
abriu um artigo sobre o Porto com seis mulheres que lavavam a roupa em tanques
públicos. Para o jornalista, aquele "equivalente medieval de uma
lavandaria" era "a única coisa" que "as pessoas sem
dinheiro para electricidade ou para reparar uma máquina de lavar roupa podiam
usar".
Estávamos na altura em que Portugal
era o P do humilhante acrónimo PIGS...
É altamente provável que aquelas
mulheres continuem hoje a lavar a roupa nos mesmos tanques. Mas agora não são
vítimas do "peso da austeridade" - foram elevadas ao estatuto de
"nórdicos da Europa", para citar o jornal La Voz de Galicia, que
adoptou o "soundbite" do Presidente Marcelo.
[...]
Se em 2012 o The Wall Street Journal
citava os números terríveis da falta de qualificações dos portugueses, esta
semana a Forbes elogiou a população "jovem e qualificada" que faz de
Portugal um destino óbvio de investimento. Até o desemprego jovem, antes
repisado em inúmeras reportagens, é visto agora pela Forbes como sinal da
existência de "um reservatório de talentos", impacientemente à espera
de uma oportunidade" (!).
[...]
No Portugal dual, uma grande parte
da população ainda vive no lado com menos luz - o dos salários baixos e
estagnados na retoma, da cultura de trabalho inimiga do mérito e da conciliação
com a família, da emigração forçada pela necessidade. (in “De PIGS a nórdicos do Sul em 5,3 segundos” por Bruno Faria Lopes)
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
a morte do Estaline...
o regime de lá decidiu, depois de ouvir «figuras gradas», retirar a licença de distribuição ao filme «A Morte de Estaline», de Armando Ianucci.
Uma uma soberba comédia sobre as guerras de poder que sucederam ao desaparecimento do déspota, o único aliado de Hitler que ganhou a Segunda Guerra.
Para memória futura aqui fica o «trailer»
(porque acredito que as «figuras gradas» de cá também lhe retirar a licença de distribuição...) !
.quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
a propósito da eleição do presidente do PPD/PSD
...e dos barões e baronetes que até
querem pactuar com o “diabo”!
.
.
Embora saibamos que o PPD/PSD está
sempre apto a pactuar com qualquer coisa de direita ou de esquerda, seja ela
social-democrata, socialista, populista e até a democrata-cristã que lhes deu
assento na União Europeia...
.
O conceito
de social-democracia tem mudado desde sua introdução como ideologia
política surgida no fim do século XIX a partir de uma cisão interna do socialismo marxista que preconiza uma orientação política que proponha a criação de uma
economia descentralizada a partir de movimentos populares, empreendidos pela e
para a classe trabalhadora, em oposição a outras correntes que defendem o
autoritarismo como meio de “transição” para o socialismo.
.
A diferença fundamental
entre a social-democracia, a do PPD/PSD de cá, onde se acredita na
supremacia da acção económica em contraste com a supremacia da acção política,
na maioria das vezes “de rua”...
e as outras formas
de “socialismo” desde a social-democracia do PS de cá, ao socialismo marxista
ortodoxo do nosso PCP e às variantes socialistas champanhe e caviar do tipo
UDP, BE, PCP-ML, onde se acredita apenas na supremacia da acção política de rua
(mas “tanto lhes faz esta como aquela...)
isto é:
Os sociais-democratas do
PPD/PSD até podem dizer-se “pessoas de esquerda”, caracterizada pela simpatia
pelas causas e contra as injustiças sociais – se bem que estas estejam bem
melhor definidas pelas democracias-cristãs-
.
Muita gente confunde socialismo
e social-democracia, mas a diferença é simples e fica entre
o que é só meu e dele
livremente disponho e
o que é de todos e de
ninguém e dele só o “governo” (ou um seu similar), pode dispor!
Resumindo para não
baralhar “o baralho”:
- Um social-democrata aceita
uma ideologia baseada na propriedade privada dos
meios de produção e a sua operação com fins lucrativos.
Isto é,
aceita o “capitalismo” como o sistema económico e acredita que ele pode ser melhorado.
- Serão socialistas ou comunistas
os que, mesmo após o seu óbvio falhanço na URSS e afins, ainda acreditam numa ideologia política e sócio-económica, que
pretende o uma sociedade igualitária, sem classes sociais e propriedade
privadas, apátrida e baseada na propriedade comum, pública e estatizada dos
meios de produção.
Portugueses sentem-se menos seguros, diz o meu barómetro...
Oliveira
do Hospital
Foram
identificadas mais de 200 casas destruídas, mais de metade das quais de
primeira habitação. Milhares de animais foram mortos - mais de 5.000 aves e
3.000 ovelhas.
Penacova
Houve danos
em 28 habitações permanentes e numa dezena de empresas, além dos 6.000 hectares
de floresta ardida. Estamos à espera dos resultados de informação sobre
segundas habitações e infraestruturas, como armazéns e equipamentos agrícolas.
Arganil
O concelho perdeu 92% da floresta nos
incêndios (arderam 25.000 dos 27.000 hectares de floresta), o que equivale a
três quartos da área total do concelho (33.000 hectares). Perto de meia centena
de casas de primeira habitação e “muitas segundas habitações” foram atingidas,
“muitas cabeças de gado” perdidas e falta pasto para os animais que escaparam.
Há “várias empresas muito prejudicadas” pela destruição de equipamentos e
maquinaria.
Tábua
Foram destruídas 54 casas de primeira
habitação, número que dispara “para as centenas” se forem contabilizadas
segundas habitações, casas desocupadas, anexos e barracões. Um
jardim-de-infância, uma capela e três palácios situados na freguesia de Midões
foram destruídos e arderam algumas zonas de percursos pedestres. Centenas de
cabeças de gado bovino, ovino e caprino morreram, registando-se ainda a
destruição de muitas máquinas agrícolas, tratores, alfaias agrícolas e
arrecadações.
Pampilhosa da Serra
Foram destruídas 262 habitações e
cerca de outras 500 foram atingidas, tendo 20 pessoas ficado desalojadas.
Arderam cerca de 20.000 hectares de floresta e terras, o que significa que este
ano, nos três grandes incêndios que lavraram no concelho (com cerca de 40 mil
hectares de área), foram atingidos 32 mil hectares.
Vila Nova de Poiares
O concelho terá perdido cerca de 70%
do seu território - sido destruídas “algumas dezenas de habitações”.
Perderam-se também muitas explorações agrícolas e alfaias.
Gois
Góis, ardeu grande parte do
território das freguesias de Vila Nova do Ceira, da União de Freguesias de
Cadafaz e Colmeal e até da freguesia de Góis. O lamento da Presidente do
concelho - Lurdes Castanheira deu conta do drama vivido no concelho: cercados
pelo fogo, que chegou de Serpins, sem comunicações e, acima de tudo, sem meios para
combate.
Palavras de Sandra Henriques: Apesar
de neste post a presidente de Góis só fazer um lamento, há a dizer que o fogo
que atingiu a união de freguesias de Cadafaz e Colmeal, na qual eu vivia, a
antiga freguesia do Colmeal ardeu quase na totalidade e o fogo foi o que veio
da Sertã e não de Serpins. Nesta freguesia arderam pelo menos 3 casas de
primeira habitação (uma delas a minha) e cerca de 20 casas algumas das quais
estimadas e cuidadas por pessoas que vinham cá frequentemente. Aldeias de Sobral
e Adela e Ribeira de Adela.
Figueira da Foz
A maioria dos 3.130 hectares de
floresta ardida nos incêndios de Quiaios (que se estendeu depois a Cantanhede e
Mira) e de Paião pertenciam à Mata Nacional de Quiaios, que ficou reduzida a
metade. Foi atingida a zona “mais usufruída pelas pessoas”, na faixa central e
leste da mata, junto às lagoas das Braças e Vela, uma casa ficou sem telhado e
uma autocaravana e uma casa prefabricada em madeira arderam. Na envolvente das
lagoas desapareceram nenúfares e outras plantas aquáticas das margens e foram
destruídos equipamentos de apoio, sendo “enorme” a perda de biodiversidade numa
zona incluída na Rede Natura 2000.
Mira
As “dezenas de frentes” de fogo que
assolaram 70% dos 120 quilómetros quadrados do concelho, “densamente
florestados”, afetaram zonas urbanas, com a perda de “imenso património”, entre
o qual primeiras habitações e casas devolutas, deixando 12 famílias desalojadas.
As chamas chegaram ao polo I da Zona Industrial de Mira, afetando empresas como
a Tecplasnova (com materiais altamente combustíveis) ou a SIRO, uma das maiores
empregadoras do concelho, e destruindo por completo várias outras, o que põe em
causa quase 200 postos de trabalho.
Lousã
O fogo consumiu mais de 5.000
hectares de floresta, além de ter destruído várias casas de habitação
permanente, unidades industriais, várias explorações agrícolas e viaturas e
antigos imóveis, como a desativada fábrica de papel do Boque, na freguesia de
Serpins, classificada como Imóvel de Interesse Municipal. Nesta freguesia,
ficou destruída uma exploração de caprinicultura com 250 cabras.
Distrito de Viseu
Vouzela
Oitenta a noventa por cento do
concelho “foi arrasado” pelas chamas, que destruíram casas de primeira
habitação, deixando “pelo menos 20 famílias desalojadas” e destruindo “centenas
de postos de trabalho”. Foi referenciada a destruição de dependências,
aviários, explorações agrícolas, serralharias, carpintarias, uma empresa de
obras públicas, tratores, carros e muitos animais mortos.
Santa Comba Dão
Foram destruídas 15 primeiras
habitações e mais de 50 casas devolutas ou segundas habitações e “sete ou oito
empresas de pequena dimensão” na cidade, tendo muitas outras, e a própria
Câmara Municipal, perdido maquinaria. No “maior incêndio de sempre” no
concelho, 80% da mancha florestal foi consumida.
Tondela
O fogo chegou à Zona Industrial da
Adiça, onde destruiu a unidade da Valouro, que empregava 47 pessoas e teve num
prejuízo entre 3,5 e 4 milhões de euros, e a Tratris, empresa de tratamento de
resíduos industriais, com uma dúzia de trabalhadores, estimando-se entre 80 e
85 os postos de trabalho afetados. Mais de 120 casas foram destruídas (35 a 40
de primeira habitação) e 45 pessoas ficaram desalojadas, estando em causa um
total de 32 famílias, maioritariamente de idosos. Arderam ainda “mais de 100
viaturas” e registaram-se prejuízos “assinaláveis” em explorações
agropecuárias, que enfrentam agora dificuldades em alimentar os animais.
Nelas
Dos 12.500 hectares de área total do
concelho, 38,5% arderam, tendo as chamas consumido 4.800 dos 7.682 hectares de
área florestal (62,5%) e ainda 40 dos 1.500 hectares de vinha. Dos 24 prédios
urbanos afetados, seis eram primeiras habitações e 18 casas devolutas, tendo
ficado dez pessoas desalojadas. Há mais de 50 animais de médio porte e 200 de
pequeno porte mortos, além de várias colmeias de abelhas.
Carregal do Sal
O concelho viu desaparecer 70% a 80%
da mancha florestal. Arderam cerca de 10 casas, duas delas de primeira
habitação, além de barracões, tratores e alfaias agrícolas.
Oliveira de Frades
Mais de 500 postos de trabalho
ficaram em risco, já que o fogo danificou ou destruiu totalmente várias
empresas situadas na Zona Industrial.
Mortágua
Centenas de postos de trabalho foram
perdidos e várias casas consumidas, tendo desaparecido “uma grande mancha
florestal”. A Central de Aproveitamento Energético de Biomassa Florestal
Residual foi afetada e a empresa Pellets Power ardeu na totalidade, pondo em
causa, além dos 20 a 30 postos de trabalho diretos, mais de 300 postos de
trabalho indiretos. Houve danos numa fábrica de cimento cola e noutra de
mármores e numa oficina.
Distrito da Guarda
Gouveia
Com 11 das 16 freguesias atingidas,
calcula-se que as chamas destruíram “mais de mil hectares de área” do concelho,
situando-se “a larga maioria” no perímetro do Parque Natural da Serra da
Estrela. Uma farmácia e muitas empresas, industriais e comerciais, foram
afetadas.
Seia
Setenta e sete casas de primeira e
segunda habitação ficaram destruídas, tendo ardido cerca de 60% da área
florestal do concelho. Há prejuízos a rondar os três milhões de euros nas
empresas afetadas pelas chamas, sem contar com as firmas ligadas à área da
agricultura e das florestas. No distrito, as chamas obrigaram ainda à evacuação
de várias povoações nos concelhos da Guarda, Sabugal e Fornos de Algodres.
Distrito de Leiria
Marinha Grande
Cerca de 80% do Pinhal do Rei/Mata
Nacional de Leiria desapareceu no incêndio que queimou 8.000 hectares dos cerca
de 11.000 daquele que é conhecido como o Pinhal de Leiria e cuja origem remonta
ao século XIII. A empresa Vincarte, com oito trabalhadores, ardeu na totalidade
e a Bollinghaus Steel foi afetada, tendo havido ainda danos em duas empresas na
freguesia de Vieira de Leiria, onde seis famílias ficaram desalojadas e uma
dezena de casas destruídas.
Alcobaça
Foram consumidos perto de 3.000
hectares de pinhal e arderam dez casas de segunda habitação, receando-se os
impactos no turismo, dado que desapareceu a floresta junto à orla marítima,
afetando todas as praias no norte do concelho. Os serviços municipalizados apelaram
às populações para não beberem água da rede pública devido às cinzas arrastadas
pelas chuvas.
Pombal
Desapareceu grande parte da Mata
Nacional do Urso (no prolongamento do Pinhal de Leiria) num concelho em que
arderam 5.000 a 6.000 mil hectares de floresta pública e privada.
Arderam 50 hectares de floresta, uma
casa devoluta e várias estufas hortícolas, tendo dois bombeiros sofrido
ferimentos ligeiros.
Distrito de Castelo Branco
Sertã
Desapareceram 7.000 hectares de
floresta, num concelho que tem no setor madeireiro o seu motor económico. Oito
casas de primeira habitação arderam total ou parcialmente, sete pessoas ficaram
desalojadas e três viaturas dos bombeiros, arrecadações e palheiros foram
destruídos pelas chamas, que mataram ainda muitos animais.
Oleiros
Os incêndios queimaram 15.000
hectares de floresta e destruíram 70 casas, 20 delas de primeira habitação, e
um lagar de azeite, havendo ainda muitos animais mortos.
Distrito de Aveiro
Aveiro
O concelho junta à “perda total” do
centro logístico da Moviflor, na Zona Industrial do Mamodeiro, e de outras
“pequenas perdas” em várias empresas, nomeadamente ligadas ao setor
agropecuário, uma área ardida “brutal” de espaços florestais e de culturas.
Castelo de Paiva
Cerca de 80% da floresta do concelho
ardeu e 14 famílias, cujas casas foram consumidas pelas chamas, ficaram
desalojadas. O fogo destruiu ainda várias empresas e explorações agrícolas
responsáveis por cerca de 200 postos de trabalho.
Vagos
Levantamento de prejuízos causados,
em bens materiais - habitações, viaturas, maquinaria, estufas e outros
equipamentos. Não temos mais informação neste momento.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
a “oportunidade perdida”...
Temos um jornalismo de
pensamento único,
agora Rio quer um PSD
igual ao PS.
pergunta-se:
para que serve a
política e jornalismo se todos pensarem igual?
.
Henrique Raposo, no
Expresso, relembrou-me "a oportunidade perdida” :
“Foi em Ofir, no Grupo de Ofir, que esteve a chave para um
centro direita contra as esquerdas mas também contra os crescentes
nacionalismos, marialvismos, trumpismos e anti europeísmos”.
mas
sabe-se lá porquê os
portugueses acreditaram num PSD igual a um PS com Cavaco Silva. Primeiro
minoritário, depois vieram-nos duas maiorias absolutas donde
saimos para o PS porque
os portugueses acreditaram num PS igual a um PSD com António Guterres, depois
voltamos... (é preciso
continuar?).
.
Quando me perguntam pela reforma do
estado, a minha resposta começa sempre no Grupo de Ofir e no CDS de Lucas Pires
(1983-85). Está lá tudo. As reformas que andamos a discutir em 2018 já estavam
inscritas num documento pensado entre 1983 e 1985. Sim, o livro No
Caminho da Sociedade Aberta, a compilação dos trabalhos de Ofir, é o grande
guião da reforma do Estado. Por outras palavras, a direita perdeu 30 anos.
Aliás, o país perdeu 30 anos. Estamos atrasados 30 anos no debate sobre estado
social. A troika não aterrou no Terreiro do Paço por acaso.
Mas então quais eram as políticas
propostas pelos jovens turcos de Ofir? Na educação defendiam a autonomia das
escolas e criticavam o modelo do estado monopolista. O estado deve ser a
garantia do acesso à educação e não o prestador universal; o apoio deve ser
"dado às famílias e educandos - não directamente às escolas", porque
a liberdade de escolha dos pais deve ser a pedra angular da educação.
Interessa, portanto, distinguir entre estado prestador e
o estado garantia: o Estado tem de garantir à criança o acesso à escola,
mas isso não significa que tenha de produzir essa oferta escolar. Na
saúde, um jovem Bagão Félix seguia caminhos semelhantes. A base do sistema,
dizia Bagão, deve ser a liberdade de escolha do paciente e não a oferta do
estado, pois o centro moral da sociedade é a família e não o burocrata. Em
consequência, o seguro de saúde deve ser obrigatório, com o estado a
servir de garantia a quem não tenha posses para pagar o seguro. É este o
princípio da famosa Obamacare.
Em resumo, o estado não tem de ser o
médico e o educador geral da sociedade. Além de absurdamente cara, a concepção
centralizada e monopolista (aquela que temos) é perigosa do ponto de vista da
liberdade: o nosso actual estado tem demasiado poder e influência, limitando as
opções dos indivíduos, das famílias, das instituições privadas e comunitárias.
Neste sentido, a nossa grande reforma deve passar por uma viagem até à ideia
original e conservadora (Bismarck) do estado social: o seguro individual ou
familiar, o apoio directo às famílias e não a construção de burocracias
paternalistas que depois forçam as famílias a colocar os filhos na escola x e
os velhos no hospital y. O centro da nossa vida colectiva deve estar na
sociedade, nas famílias, e não no estado. O estado existe para servir as
famílias e não o inverso. Sim, não me apareçam só com folhas de cálculo. Antes
de ser financeira, esta é uma questão moral. (in “Bagão
Félix e Lucas Pires repensaram o Estado há 30 anos” por Henrique
Raposo)
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
e finalmente houve justiça também para os “poderosos”...
De facto, o governo é livre de não
propor a renovação do mandato da Dra. Joana Marques Vidal. Pode, inclusive,
propor a sua exoneração.
É uma decisão política, isto é,
determinada por considerações de oportunidade e de interesse público.
Então, porque é que o governo
preferiu citar um preceito jurídico-constitucional inexistente?
- Porque, como é óbvio, parece
querer-se ver-se livre de Joana Marques Vidal, mas não lhe dá jeito nenhum que
isso apareça como uma decisão política sua.
De facto, ao tentar cobrir essa
decisão com uma ficção jurídica, o governo reconheceu a inconveniência do
afastamento da actual Procuradora Geral da República.
ora
É fácil de perceber essa
inconveniência:
a Dra. Joana Marques Vidal foi a
Procuradora Geral da República que pôs termo a algumas das mais sérias dúvidas
que existiam sobre a justiça em Portugal.
Entre 2006 e 2011, houve a sensação
de que uma parte da justiça funcionava como guarda-costas jurídico do
primeiro-ministro, José Sócrates. Era assim, não era assim? Nunca foi
investigado, ...
Com a nova Procuradora-Geral da
República, este ambiente acabou.
Finalmente, como se costuma dizer,
houve justiça também para os “poderosos”.
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
e por conveniência de serviço também serão afastados!
claro que o “argumento”
é razoável e facilmente aceite até por quantos se recusam a ser idiotas-úteis –
incluindo os “jornalistas” que nos (lhe) transmitem os spins da hábil e
especializada “tenebrosa máquina de propaganda do partido”!
Aposto que também poderá considerar razoável os
argumentos que aumentam impostos na batata-frita ou nas “cocas-cola” ou a
supressão dos croquetes, palmiers, mil-folhas, bola de berlim, donuts ou
folhados doces...
mas agora pense:
O cargo será ocupado por alguém menos independente
e mais maleável.
Mais uma vez o "governo" que se fez
maioritário e o Venerando Chefe de Estado que enganou a maioria, tomam decisões
em causa própria: Todos nós sabemos que o processo que envolve o Sócrates está
numa fase fundamental em que se decidirá se o ex-primeiro ministro será ou não
acusado e levado a julgamento.
.
A decência (alguns chamam-lhe "a mulher de César") mandaria que um governo - num caso que envolve um dos seus e não sabemos se mais alguns - não se envolva com decisões desta natureza que apontam com clareza para a lavagem do que foi instruído ao longo destes anos.
A decência (alguns chamam-lhe "a mulher de César") mandaria que um governo - num caso que envolve um dos seus e não sabemos se mais alguns - não se envolva com decisões desta natureza que apontam com clareza para a lavagem do que foi instruído ao longo destes anos.
Já agora:
O que acontecerá aos magistrados que instruíram o
processo de investigação? Por conveniência de serviço também serão afastados?
Provavelmente serão... se não começarem a mexer!!!
domingo, 7 de janeiro de 2018
certificadamente autoritários
Para si, especialmente para si que
ainda me pode estar a ler, introduzo ao texto da Helena Matos com o celebre
poema de Martin Niemöller, um símbolo da resistência aos nacional-socialistas, que
diz o seguinte:
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.
.
... estamos a viver uma
transformação da ideologia numa grande burocracia, em que as empresas são um
palco para experiências sociais e a discordância individual é tratada como uma
anomalia. Quando não como um crime.
Veja-se, por exemplo, a queixa
apresentada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) contra o
jornalista José António Saraiva porque este escreveu um texto em que se manifesta contra
as operações para mudança de sexo que define como “burlas”, “embustes” a par de
uma “inaudita brutalidade”.
Perante uma opinião não conforme à
verdade oficial logo a CIG – que há uns meses já dera um triste sinal de vida no
caso
Porto Editora e dos respectivos livros para meninos e meninas – avança com uma queixa contra José António Saraiva acusando-o
nada mais nada menos de ser autor de uma mensagem “susceptível de favorecer a
prática de actos de violência homofóbica e transfóbica, agravada pela
amplificação que decorre da sua divulgação num meio de comunicação de âmbito
nacional, podendo o mesmo configurar a prática de crimes de discriminação
sexual e de instigação à prática de crimes” e solicitando ao “Ministério
Público que proceda às diligências que considere necessárias para o apuramento
de eventual responsabilidade criminal no que diz respeito à discriminação e incitamento
ao ódio e à violência contra pessoas transexuais”. (in “Certificadamente
autoritários”por Helena
Matos)
sábado, 6 de janeiro de 2018
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
velhos, retro, a precisarem “de corda” !
pareceram-me dois velhos
relógios "retro" á venda num programa “o preço da história”!
Um mais atrasado, outro
menos adiantado! Mas ambos muito "anos 70" (até me pareceram "anos 60") sem ideias novas ou
inovadoras:
- Eu sou mais à esquerda!
- Não és nada és “popular”, eu, “social-democrata”,
é que o sou!
E lá continuaram a
debitar como se ainda vigorasse um “pacto mfa-partidos” no país que ambos não “querem
de Direita” apesar de o saberem que num país “à esquerda” - a história prova-o
- a iniciativa, os rendimentos privados e as liberdades individuais são cada
vez menos respeitadas e as oportunidades tendencialmente mais escassas.
Pior! Não me pareceu - ou
não quiseram que mo parecesse – que algum deles saiba que “sociais-democratas”
são os socialistas do SPD alemão!
Seria só “santa
ignorancia” ou apenas querem manter um “eleitorado” que até agora, sabendo-os
“à esquerda”, finge que são a sua Direita?
.
Nenhum percebeu que há um
novo País, numa Nova Europa, onde se sentem orfâs gentes cultural e
ideológicamente bem formadas que, cada vez menos silenciosamente, enfrentam aqueles
que pouco sabem, muito fingem saber e ocupam as posições estratégicas que lhes
permitem flutuar ideologica e socialmente. Tempos idos eram chamados “os
rolhas”.
Agora vejo-os como
relógios, velhos, "retro" , a precisarem “de corda” !
.
Triste País onde não se
arranja um “En Marche”, “Front National”, “Podemos”, “Ciudadanos”, “Movimento
5 Stelle”, “Syriza” ou um “AfD”.
Até nos chegaria um “Labour
Party” renovado para percebermos que ainda não estamos mortos!
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
a “reinvenção do estado”...
se esta é a “matéria prima” do
senhor presidente para a “reinvenção do estado”
vou ali já venho...
.
desde há 40 anos, com uns deputados
a mais ou a menos, os mesmos partidos permanecem nos mesmos lugares da
organização secreta a que convencionámos chamar “assembleia da república” –
alguns dos cadeirões do “plenário” são-lhes tão bem conhecidos que já lhes têm
estampado o formato do rabo. Nada mudou! Mesmo que a UDP se chame BE e o
MDP-CDE passasse a Verdes...
Também o velho PCP por lá se
passeia, sem qualquer ideia nova ou inovadora, indiferente à queda do muro de
Berlim!
(Muro de Berlim? Só o fascista Trump
se lembraria disso, dizem os deputados que estudaram “meio ambiente”!)
.
Poucas assembleias representativas europeias
terão um ar tão retro, escreve o Rui Ramos em “Os
partidos não precisam de nós” :
“É como se Portugal não fizesse
parte da Europa que nos últimos anos viu emergir o “En Marche”, o “Front
National”, o “Podemos”, os “Ciudadanos”, o “Movimento 5 Stelle”, a “AfD”, o”Syriza”,
ou o “Labour Party”...”
.
Mas Ramos não tem razão! Portugal
faz parte de uma Europa que quer os portugueses “bem retro” e assim, que nem em
museu dos anos 30, pode mostrar aos novos clientes as diferenças da dita a duas
ou mais velocidades”. No caso vertente, a nossa velocidade é...parada!
.
muitos,
estupidamente, porque ainda perceberam
a necessidade deste ar de retro e
as imprensas a que temos direito,
continuam “em arco” porque agora já não somos “junck”,
só o comemos...
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
. a minha “Gripe”
Chegou na noite de Natal decerto
pela mão do fracturante “papai noel” da “coca-cola”, porque o meu “menino Jesus”,
o grande distribuidor de prendas da minha geração, não me pregaria a partida
dos 40 graus de temperatura e da ida à “usf” após passagem pela eficiente “saude24”.
Foi assim que me vi, sem paciencia
para as ler, com um a dezena de “bulas” de estranhos quimicos destinados a
promover o meu envenenamento, chamados amoxilinas,azitromicinas, torasemidas,
saccharomyces, loperamidas, and so on...
E se a “minha gripe” chegou com o
Natal, por qualquer estranha razão, começou a desparecer com o discurso do “nosso
presidente” – que parece ter escapado à legionella curri-cabralina pela mão do
seu amigo Garcia da Silva-.
Aposto que a gripe fugiu porque, ela
e eu, nos assustámos com a “reinvenção do estado” proposta pelo “venerando” à
maneira do Macron, o seu bisneto francês – incluiria a proibição dos familares
dos politicos exercerem funções ou emprego público?-.
Há que ter cuidado com estas
madurezas jacobinas que não fazem parte da nossa cultura agora policiada à
esquerda dos costumes.
.
...e assim, quase cheguei ao fim da
maleita.
(e que ninguém se atreva a dizer-me
que “estou pronto para outra” porque, agora que parei de fumar, mordo...)
.
a todos que tiveram o cuidado de ir
verificando o meu estado de saúde quero agradecer.
BEM HAJAM.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
relembrar dois “profetas” de acordo no primeiro de Janeiro
Durante o próximo ano, Trump vai
isolar-se cada vez mais. A perigosa aproximação à Rússia, a desorientação na
política externa, a vertigem nuclear, a humilhação dos serviços de informação e
a flagrante falta de um propósito claro vão desesperar o Partido Republicano e,
acima de tudo, vão esgotar o eleitorado. Depois de alguns meses de psicodrama,
só restará uma saída constitucional para a crise: Trump será o quarto
Presidente americano a ser acusado com os artigos do impeachment — e
será o primeiro a ser removido do cargo. (por Miguel
Pinheiro em Trump vai sofrer um impeachment no Observador)
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