Para si, especialmente para si que
ainda me pode estar a ler, introduzo ao texto da Helena Matos com o celebre
poema de Martin Niemöller, um símbolo da resistência aos nacional-socialistas, que
diz o seguinte:
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.
.
... estamos a viver uma
transformação da ideologia numa grande burocracia, em que as empresas são um
palco para experiências sociais e a discordância individual é tratada como uma
anomalia. Quando não como um crime.
Veja-se, por exemplo, a queixa
apresentada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) contra o
jornalista José António Saraiva porque este escreveu um texto em que se manifesta contra
as operações para mudança de sexo que define como “burlas”, “embustes” a par de
uma “inaudita brutalidade”.
Perante uma opinião não conforme à
verdade oficial logo a CIG – que há uns meses já dera um triste sinal de vida no
caso
Porto Editora e dos respectivos livros para meninos e meninas – avança com uma queixa contra José António Saraiva acusando-o
nada mais nada menos de ser autor de uma mensagem “susceptível de favorecer a
prática de actos de violência homofóbica e transfóbica, agravada pela
amplificação que decorre da sua divulgação num meio de comunicação de âmbito
nacional, podendo o mesmo configurar a prática de crimes de discriminação
sexual e de instigação à prática de crimes” e solicitando ao “Ministério
Público que proceda às diligências que considere necessárias para o apuramento
de eventual responsabilidade criminal no que diz respeito à discriminação e incitamento
ao ódio e à violência contra pessoas transexuais”. (in “Certificadamente
autoritários”por Helena
Matos)