domingo, 7 de janeiro de 2018

certificadamente autoritários

Para si, especialmente para si que ainda me pode estar a ler, introduzo ao texto da Helena Matos com o celebre poema de Martin Niemöller, um símbolo da resistência aos nacional-socialistas, que diz o seguinte:


No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.
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... estamos a viver uma transformação da ideologia numa grande burocracia, em que as empresas são um palco para experiências sociais e a discordância individual é tratada como uma anomalia. Quando não como um crime.
Veja-se, por exemplo, a queixa apresentada pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) contra o jornalista José António Saraiva porque este escreveu um texto em que se manifesta contra as operações para mudança de sexo que define como “burlas”, “embustes” a par de uma “inaudita brutalidade”.

Perante uma opinião não conforme à verdade oficial logo a CIG – que há uns meses já dera um triste sinal de vida no caso Porto Editora e dos respectivos livros para meninos e meninas – avança com uma queixa contra José António Saraiva acusando-o nada mais nada menos de ser autor de uma mensagem “susceptível de favorecer a prática de actos de violência homofóbica e transfóbica, agravada pela amplificação que decorre da sua divulgação num meio de comunicação de âmbito nacional, podendo o mesmo configurar a prática de crimes de discriminação sexual e de instigação à prática de crimes” e solicitando ao “Ministério Público que proceda às diligências que considere necessárias para o apuramento de eventual responsabilidade criminal no que diz respeito à discriminação e incitamento ao ódio e à violência contra pessoas transexuais”. (in “Certificadamente autoritários”por Helena Matos)