Os gráficos são muito elucidativos
da irrazoabilidade de um instrumento democrático aplicado a uma situação tão
transcendente para o futuro do Reino Unido e da União Europeia. Decidido o
Brêxit por uma margem quantitativamente irrelevante, considerando a dimensão
das consequências da decisão que estava em causa, constata-se que, se fosse
agora, o resultado seria provavelmente diferente. […]
A propósito, no Financial Times considera-se aqui que Sunderland, uma cidade do Nordeste de
Inglaterra, com uma economia que depende em parte muito significativa numa
fábrica de automóveis Nissan que exporta a maioria da sua produção para países
da União Europeia, mas que votou muito maioritariamente no Brêxit (61,3%) será
um teste aos resultados do Brêxit. […]
Muitos dos que votaram Brêxit não se
devem ter apercebido, e os sunderlanders pelos vistos não se aperceberam, e
muitos deles continuam a não se aperceber, que as negociações são trocas e só
se a União Europeia (com a Alemanha, como sempre, à frente) se distrair o Reino
Unido ganhará com os resultados das trocas. (in People Money and Goods por Rui Fonseca )