Vejamos agora algumas coisas que
foram ditas nos últimos dias, algumas delas repetidas pelas mesmas ou por
outras palavras ainda esta quarta-feira na Assembleia da República.
Primeiro, a habitual campeã da
demagogia, Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, numa declaração aos
jornalistas: “O Governo anterior deixou sair pela
porta do cavalo 10 mil milhões de euros, é um número que não é nada pequeno (…)
é bem mais do tudo o que gastamos com o Serviço Nacional de Saúde.”
Depois o próprio primeiro-ministro,
que parece estar empenhado em retirar à esquerda radical o exclusivo do
discurso extremista, falando durante o último debate parlamentar: “É absolutamente escandaloso que um Governo que não hesitou
em acabar com a penhora da casa de morada de família por qualquer dívida tenha
tido a incapacidade de verificar o que aconteceu com 10 mil milhões de euros
que fugiram do país“.
Eurico Brilhante Dias emulou esta
quarta-feira o líder socialista, mas com tais excessos que até a sua bancada só
o aplaudiu de forma envergonhada, Mariana Mortágua esteve igual a ela mesma e
Miguel Tiago, do PCP, já depois das explicações do secretário de Estado do
governo que o seu partido apoia, ainda insistiu que neste caso houve “6% do PIB português que escapou do país”.
O que está em causa neste conjunto
de declarações não é apenas “fazer política”, explorar um erro do anterior
Governo e tratar de desviar as atenções de outros temas mais incómodos. O que
aqui está em causa é algo diferente e muito mais grave no seu significado. (in “Populismo?
Quem disse que a peste não tinha chegado a Portugal?” por José Manuel Fernandes)