…para já em torno daqueles que ainda
detêm poder suficiente para questionar a verdade oficial
.
Já vimos isto no passado quando os
mesmos protagonistas montaram um cerco ao então PGR, Souto Moura.
Onde antes estava a Justiça está
agora o controlo das entidades que devem supervisionar as finanças públicas e a
nossa articulação com o BCE.
Nada disto espanta a quem se
interessa pelas tácticas de Lenine mas o que não deixa de irritar é como um
século depois esta forma de conquista do poder e de captura das instituições
continua aí triunfante, sempre em nome de mais justiça, mais liberdade, mais
transparência… enquanto se vai fazendo precisamente o contrário.
2 de Março:
- "Milagre
este ano em Portugal só vamos celebrar um que é o de Fátima para os crentes,
como é o meu caso, tudo o resto não é milagre. Saiu do pêlo e do trabalho dos
portugueses desde 2011/2012"- - Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da Republica
- "O
Governo não faz milagres. Nós fazemos bem o nosso trabalho. Quem fez previsões
é que cometeu um monumental falhanço". António Costa, presidente do conselho.
3 de Março:
- “O Conselho de Finanças Públicas deverá fazer uma reflexão
profunda sobre a forma como tem feito previsões e não pode funcionar como um
organismo que cria pânico e cria desconfiança na execução orçamental, não
contribuindo até para a execução orçamental. E isso é um elemento a rever”
– Eurico Brilhante Dias,
deputado PS.
- “Milagre é Teodora Cardoso ainda ter salário e ocupar o lugar
que ocupa” – Miguel
Tiago, deputado do PCP.
5 de Março:
- “O governo deve iniciar um processo com base em falha grave para
substituir o governador” do Banco de Portugal” – Catarina Martins, dirigente do BE.
- O
governador do Banco de Portugal “não tem condições” para exercer as funções e o
BdP não pode ser “uma sucursal do Banco Central Europeu” – Jerónimo de Sousa, dirigente do PCP.
Passámos claramente para outra fase,
as máscaras estão a cair. Já não há qualquer preocupação em disfarçar.
O facto de nunca se ter desmontado a
superioridade moral do socialismo-estatismo ainda mais reforça essa táctica: a
qualquer dia, a qualquer momento, a qualquer hora somos convocados em nome da
pátria a não perguntar nada sobre a CGD e a gritar por causa das offshores ou
dos serviços prestados por privados na saúde.
O cerco vai apertar-se para já em
torno daqueles que ainda detêm poder suficiente para questionar a verdade
oficial sobre a nossa situação económico-financeira e, o que ainda é mais
importante, ocupam cargos que podem colocar em Bruxelas essa verdade oficial em
causa. (in Finanças
Públicas, “Operação Cerco”
por Helena Matos)