…e veio um dia em que o Venerando Presidente
da República, defendeu que
a economia nacional precisa de crescer, "claramente", acima dos 2%
para permitir o investimento e a criação de emprego.
O tempo foi passando até que veio a “tenebrosa”
informar-nos que o
défice orçamental de 2016 não será superior a 2,1% do PIB e será o mais baixo
da história da nossa democracia.
Choveram os foguetes em toda a imprensa
a que temos direito porque até o INE confirmava e o Pierre Moscovici certificava
!
O ajudante do Presidente, que às
vezes chefia aquilo a que chama “governo”, apressou-se escrever um artigo de
opinião em que afirmava que “o
que propomos é [...] o início de um ciclo virtuoso, assente na melhoria do
rendimento e no incentivo do investimento empresarial.”. Mais foguetes
e louvores do ex-comentador e dos comentadores no activo!
E o ajudante do Presidente sai a afirmar
que
a oposição não gosta de Mário Centeno porque este conseguiu descer o défice e
realça o mérito do ministro nos números definitivos, que podem ficar abaixo dos
2,1%.
Mas, não há sol que sempre dure, e
vem o Conselho de Finanças Públicas deitar chuva no arraial: “Até
certo ponto, houve um milagre”, afirma a presidente do CFP que até é ateia!
Teodora Cardoso dúvida da sustentabilidade das medidas que o Governo usou para
conseguir reduzir o défice de 2016 para uns surpreendentes 2,1% do Produto
Interno Bruto (PIB).
Milagre?
Crispado, Rebelo de Sousa discorda
de Maria Teodora: o "Défice
saiu do pêlo dos portugueses" afirmou com veemência em defesa do seu
governo – e do anterior - mas sem esquecer de lhe dar um beliscão: Milagre! “Milagre,
este ano, em Portugal, só vamos celebrar um que é o de Fátima para os crentes,
como é o meu caso, tudo o resto não é milagre", disse o Presidente,
sublinhando que houve “um
esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012” e não "um milagre".
Mas o Costa não gostou, accionou a “tenebrosa”,
convocou os súbditos (aqueles, daquela a que temos direito) e, também crispadamente
como o seu Chefe de Estado, confundindo Teodora com Passos ou Portas, trovejou:
“Acho
que é preciso um grande esforço para ter que invocar em vão o nome de Deus para
não reconhecer o que é simples reconhecer: o monumental falhanço de todas as
previsões do Conselho de Finanças Públicas ao longo do ano de 2016”
Candidamente, Teodora
Cardoso, advertiu: “Uma
intrusão do Governo que pusesse em causa a nossa independência teria um custo
político”.