O Bloco de Esquerda decidiu de acordo com os seus objectivos partidários noticiar a apresentação de uma Moção de Censura.
Estranhamente os bloquistas esqueceram a força propagandística dos seus camaradas presidenciais!
De imediato, após o anúncio, as pitonisas do regime resolveram saltar para a pequena, média e micro comunicação e, de um momento para o outro, até os apoiantes bloqueiros passaram a criticar a acção daquele partido.
Todos os argumentos servem, em especial o da estranja ir agravar os juros aos empréstimos que lhes vamos pedindo. Mas nenhuma refere o facto de, mesmo sem moção, o custo da divida ter aumentado de cada vez que pedimos dinheiro para pagar o dinheiro que já devemos.
O medo acompanha os adivinhos que sabem que a iliteracia nacional nos mantém reféns do “ouvir dizer”, auto-limitando a nossa capacidade de pensar e fá-los avançar com uma intensa campanha contra a iniciativa do Bloco. Provavelmente irão convencer-nos, porque o ser “politicamente correcto” é uma instituição nacional!
O que parece é que poucos entendem que, por força da aprovação de uma moção de censura, o que muda é o governo e não forçosamente, como as pitonisas temem ou nos escondem, ter que partir para novas, longas e caras eleições.
Outro governo teria que aparecer, e aqui é que “a porca torce o rabo”: o novo governo teria principalmente iniciativa presidencial! Um governo que poderia acalmar os chamados “mercados” que oneram a vida dos nossos filhos e netos libertando-nos deste governo que nos desgoverna e, diria Barroso, nos deixa sem tanga.
Venha a moção e vamos ver quem é que tem unhas para tocar uma guitarra portuguesa porque dificilmente, com ou sem moção, os “agiotas” estrangeiros nos baixarão os juros.