O Movimento Zero nasceu na esquadra de Odivelas e o seu
rápido crescimento foi conseguido com a troca de mensagens na app Telegram. O
grupo chegou a enviar uma carta aberta ao Presidente da República onde refere
que os cinco mi polícias estão “desmotivados e crentes que a integridade
institucional está cada vez mais desacreditada”, acrescentando que a primeira
medida é precisamente o desempenho de funções “com proatividade nula”, ou seja,
fazer apenas o indispensável.
O caso dos oito
polícias condenados por sequestro e agressões a moradores da Cova da Moura foi
o mote que levou à criação do “Movimento Zero”, um grupo de protesto criado por
elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) contra a falta de apoio da PSP e
do Ministério da Administração Interna. Resultado: mais de cinco mil polícias,
diz o Correio da Manhã, aderiram ao
grupo e pretendem não autuar as infracções de trânsito e apenas intervir nos
bairros problemáticos só em situações de extrema gravidade.
Além do caso da
Cova da Moura, as declarações feitas por Manuel Morais, ex-vice presidente da
Associação Sindical dos Profissionais da PSP, sobre a existência de racismo na
PSP vieram também incentivar a criação do grupo, que garante ser independente
de qualquer sindicato. O Movimento Zero pediu aos agentes que assumissem uma
postura “educativa” nas fiscalizações rodoviárias e a estabelecimentos, evitando
o patrulhamento de bairros problemáticos e pedindo mesmo que não entrem
sozinhos nesses locais.
Carlos Torres,
presidente do Sindicato Independente de Agentes da Polícia, disse “apoiar a
iniciativa, apesar de ser extra-sindical”. “Não temos quem nos defenda”,
referiu, citado pelo CM. Já a Direcção Nacional da PSP disse não conhecer este
movimento e que não notou qualquer diminuição na actividade operacional. “A
PSP desconhece qualquer alegado movimento zero, e o que sabe é pela comunicação
social”, referiu a direcção.