quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

o triste amochar de que “quem se mete com o PS, leva”

Conhecendo a realidade portuguesa, estão em causa fundos de greve e não tenhamos pois medo das palavras: o despacho do primeiro-ministro teve como objectivo limitar a liberdade sindical limitando drasticamente as condições em que se podem constituir fundos de greve. [...]
Como é habitual no nosso país, poucos se terão dado ao trabalho de ler esse parecer, o que é pena. É que um dos pilares da argumentação daquele organismo para considerar ilícito o crowdfunding é, e cito, “os titulares das plataformas de financiamento estão obrigados a preservar a confidencialidade dos dados fornecidos pelos investidores, designadamente a sua identidade”, o que não “permite controlar a origem dos donativos”. [...]
Em Portugal há uma enorme tolerância para atropelos à liberdade quando são protagonizados por socialistas. Em Portugal também só se toleram activismos e radicalismos (ou se saúdam grandoladas) se tiverem a bênção da esquerda. [...]
Recorde-se como a primeira guerra ideológica do executivo foi contra o ensino privado, que na 5 de Outubro se detesta que os pais tenham liberdade para escolherem a escola dos seus filhos [...]
Este governo e esta maioria dão-se mal com gente independente e vozes críticas, preferem quem obedeça e, sendo “boys”, quem se sinta subordinado e agradecido. [...]

Mas há outra face, a que se revela quando juntamos tudo e nos surge o velho padrão de um partido que, confortável no centro de um poder de onde sabe que muito dificilmente será apeado, continua a agir segundo a velha máxima de Jorge Coelho: “quem se mete com o PS, leva”. ( in «O pouco amor dos portugueses pela liberdade. E o triste amochar de que “quem se mete com o PS, leva” » por José Manuel Fernandes )