Em
Portugal há uma enorme tolerância para atropelos à liberdade quando são
protagonizados por socialistas.
Uma picardia aqui, um despacho acolá, uma
nomeação além, todos os dias vamos deixando que o governo tenha mais poder e os
cidadãos mais constrangimentos. Triste sina de um país que não ama a liberdade
Costuma dizer-se que o diabo está nos
detalhes, mas é realmente nos detalhes que se revela a natureza das pessoas,
sobretudo se políticos, sobretudo se dissimulados.
Costuma também dizer-se que a natureza das
pessoas se nota nos tempos mais difíceis, face às contrariedades. É aí que
melhor se nota que há quem não tolere ser contrariado. Até quem não
suporte a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas
ou das instituições.
Por isso começo por uma dificuldade e por um
detalhe, sendo que o detalhe, por ser revelador, é a súbita fúria contra o crowdfunding
[...] antes visto por todos como uma forma moderna e solidária de apoiar causas
com poucos recursos financeiros. [...]
Não quero sequer imaginar a gritaria que por
aí iria se algo de semelhante tivesse sido decidido por um governo não
socialista ou no quadro de uma greve organizada por um sindicato da CGTP. Mas
não. Em Portugal há uma enorme tolerância para atropelos à liberdade quando são
protagonizados por socialistas. ( in «O
pouco amor dos portugueses pela liberdade. E o triste amochar de que “quem se
mete com o PS, leva” » por José Manuel Fernandes )