Chegou o momento de
avaliar as propostas do BE pelo que elas valem (e tantas vezes valem tão
pouco), em vez de serem valorizadas pelo que o BE diz dos outros.
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As reações da Catarina
Martins e do Francisco Louçâ chegam a ser pungentes. Há uma cabala, pois claro.
Porque um dos seus foi apanhado a fazer um grande negócio imobiliário (o que, para o BE.
tipifica regra geral a especulação imobiliária), mas não só: a apostar no Alojamento
Local (o que,
para o BE, normalmente é a gentrificação dos bairros tradicionais), a negociar saídas de
inquilinos (o
que, noutras ocasiões, para o BE, são despejos sem coração), a mostrar as virtudes
de enriquecimento patrimonial (quando, tantas vezes, o BE assinalou a necessidade de ir
buscar o dinheiro onde ele está). E poderíamos continuar. Chegou o momento de avaliar as
propostas do BE pelo que elas valem (e tantas vezes valem tão pouco), em vez de
serem valorizadas pelo que o BE diz dos outros.[.]
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O Luís Fazenda, um dos quatro
fundadores do Bloco de Esquerda, tornou-se na primeira voz do partido a
criticar o caso Robles. Ao i (sem link), diz que o BE terá de "tirar conclusões" da situação, porque
vai contra os "princípios bloquistas".
Não há como fugir ao tema, ele não
sai da agenda. O José Pedro Mozos e o Nuno Vinha estiveram a analisar quatro
actas da Assembleia Municipal de Lisboa que revelam as contradições entre o dono do prédio e o
político do Bloco.
O Marques Mendes disse ontem na SIC
que o Bloco se deveria ter "demarcado" do seu vereador municipal em
vez de o defender. E que este “é o pior momento político de Catarina Martins. A líder
bloquista defendeu Robles de tal forma que envolveu Marcelo
sendo depois desmentida por Belém.
Mas as incoerências continuam e
continuam e continuam. Afinal o prédio esteve para alojamento local, ainda tem um anúncio de venda activo, deixou quatro pessoas sem emprego e uma despejada e acabou
com a fachada vandalizada. Há tantas diferenças entre o discurso de Robles e os actos, que o Carlos Maria Bobone
até fez uma análise literária.
(por Filomena Martins no Observador)