terça-feira, 25 de novembro de 2025

25 de Novembro de 1975

A visão de José Carlos Craveiro Lopes
(que até já foi a minha!)
Fomos derrotados de forma inequívoca. E logo nós que tantos mortos tivemos no combate daqueles tempos. Que eu me recorde e assim de repente 7 em Moçambique, 14 em Angola, 1 na Madeira e um no Continente. Sem falar dos feridos. Sem falar das vítimas de atentados. Tocou-me, no meu caso específico, um ferido grave - o meu irmão - e que se o atentado o não matou deixou-lhe resquícios até ao fim da sua vida. Lutámos e arriscámos. Pediram-nos apoio que nunca regateámos.
Agora que estou a escrever memórias desse tempo (por acaso estou no capítulo do 25 de Novembro) vieram-me à cabeça muitos factos daquele tempo.
Apetecia-me escrever mais. Dar nomes aos bois. A seu tempo. Entretanto deixo-vos uma pista. As razões que levam o PS a fugir das "comemorações" da sua grande vitória nesse dia - juntamente com o MFA. O PS teve um deriva muito pronunciada contra Mário Soares. A infiltração da extrema esquerda no partido teve esse efeito. O enxame de aderências do MES, LUAR, MRPP, AOC e PC teve os seus efeitos. A propósito. onde estaria - faz hoje 49 anos - o sr. Eduardo Ferro Rodrigues (não nos esqueçamos familiar de António Ferro)? Posso-vos dizer. Em Abrantes, junto do Regimento de Infantaria lá localizado, tentando mobilizar os clandestinos SUV lá do quartel para avançarem sobre Lisboa para combater os fascistas. E quem se esqueceu já da deputada Vanda que no Parlamento se recusou de votar um voto de louvor em nome de Vítor Ramalho (um dos principais heróis do 25 de Novembro). Poderia falar mais, mas não me apetece. Mário Soares explicou bem o que lhe ia na alma ao apoiar Sócrates na altura da sua prisão. Foi uma vingançazinha das malfeirorias que a extrema esquerda lhe fez quando se apoderou do PS. E ele guardava rancores ...