O Presidente terá 80% de
popularidade. Mas será ele inatingível?
Será que as dúvidas ou críticas que
fazemos a Costa, a Rio, a Catarina Martins, não se podem fazer ao Presidente?
Vamos lá a rever os factos:
Falando só na última semana, tenho
visto o Presidente da República dizer coisas que seriam inimagináveis em
presidentes anteriores.
- No caso da PGR, assumiu para si (e
só na última hora) uma tese que nunca lhe tínhamos ouvido, de que um PGR só
tem direito a um mandato – dando assim inequívoco apoio à intenção anunciada
pelo Governo de substituir Marques Vidal muitos meses antes;
- Nos incêndios, depois do tudo ou
nada, veio agora concluir que “se fez tudo, a todos os níveis”, para que não se
repetissem as tragédias do ano passado;
- Sobre o Orçamento de Estado (que há
10 meses avisava não poder ser “eleitoralista”), disse agora que se trata de um
documento que tem uma “justiça social acrescida”, mas também contém medidas
eleitoralistas – “como
é inevitável”;
- Sobre a remodelação governamental,
elogiou Costa: são
sempre “mais eficazes” quando feitas de surpresa e, “quem chega, chega
com nova dinâmica e criatividade para dar o seu contributo”;
se fosse Cavaco, o que diriam dele?
(in “Mas ninguém faz perguntas a
Marcelo?” por David Dinis)