sexta-feira, 19 de outubro de 2018

ninguém faz perguntas a Marcelo? 3 .

O Presidente terá 80% de popularidade. Mas será ele inatingível?
Será que as dúvidas ou críticas que fazemos a Costa, a Rio, a Catarina Martins, não se podem fazer ao Presidente?
Vamos lá a rever os factos:
Falando só na última semana, tenho visto o Presidente da República dizer coisas que seriam inimagináveis em presidentes anteriores.
- No caso da PGR, assumiu para si (e só na última hora) uma tese que nunca lhe tínhamos ouvido, de que um PGR só tem direito a um mandato – dando assim inequívoco apoio à intenção anunciada pelo Governo de substituir Marques Vidal muitos meses antes;
- Nos incêndios, depois do tudo ou nada, veio agora concluir que “se fez tudo, a todos os níveis”, para que não se repetissem as tragédias do ano passado;
- Sobre o Orçamento de Estado (que há 10 meses avisava não poder ser “eleitoralista”), disse agora que se trata de um documento que tem uma “justiça social acrescida”, mas também contém medidas eleitoralistas – “como é inevitável”;
- Sobre a remodelação governamental, elogiou Costa: são sempre “mais eficazes” quando feitas de surpresa e, “quem chega, chega com nova dinâmica e criatividade para dar o seu contributo”;
se fosse Cavaco, o que diriam dele?
(in “Mas ninguém faz perguntas a Marcelo?” por David Dinis)