Perante o que se segue, só tiro duas
conclusões.
Ou o poder subiu à cabeça de todos
ou todos estão a querer fazer de nós parvos.
Como não consigo escolher entre as
duas possibilidades, fico com ambas.
Vejamos:
Mário
Centeno. O nosso ministro acha que é melhor que qualquer outro a fazer
contas. Despreza quem quer que seja que o contrarie.
Que autoridade têm a UTAO ou
o Conselho de Finanças Públicas para o questionar?
E se nem o Bloco nem o PCP se parecem
importar com o logro...
Siza
Vieira também se acha acima de todas as suspeitas. Apesar de ser um
reconhecido jurista, nunca questionou ou procurou saber se podia gerir empresas
e ser governante. Até ganhar o cognome de ministro das escusas, ainda teve o
topete de comparar o seu caso ao de um ministro da Saúde ou da Justiça ser
casado com um médico ou um juiz, fingindo que a sua situação era absolutamente
normalíssima.
Fernando
Medina também não vê contradições entre o que diz, o que pensa e o que
faz. Acha que a justificação para ter entregue à gestão de privados a
ex-residência do presidente da Câmara de Lisboa em Monsanto, e de, a troco de
milhões, estes terem recuperado este e outros imóveis autárquicos, lhes dá todo
o direito de terem transformado o espaço num alojamento local de luxo sem que
isso mereça críticas
Vieira
Silva também acha que está tudo mais que explicado sobre as mudanças nas reformas
antecipadas. O problema não é do ministro da Segurança Social que se desdiz
e contradiz em cada declaração que se multiplica a fazer. Nem da falta de
explicações que continuam por dar. Nem das reformas desfeitas ou das que continuam
por fazer.
O problema é de quem não o entendeu
logo à primeira, parceiros da esquerda incluídos. Culpa deles!
Para que não tenhamos dúvidas quanto
ao futuro, até Maria
Begonha a candidata
à liderança da Juventude Socialista já mente. Na idade, para se poder
candidatar antes do limite permitido, e na formação académica, seguindo a boa
prática de tantos outros políticos. É uma garantia de continuidade.
Sobre o António Costa,
acho que não há dúvidas. Só ele não vê problemas em nomear um deputado
socialista para a reguladora de energia que em boa hora renunciou depois
do Parlamento chumbar o seu nome. Só ele acha normal anunciar o
sempre adiado concurso para a pediatria oncológica do S. João, sem dar datas
àqueles pais e crianças. Há muito que o primeiro-ministro se comporta como se
só ele soubesse tudo ou fizesse tudo bem feito. Alguém duvida?! (in “Eles
são todos génios e os outros todos parvos” por Filomena Martins)