Um grupo de cidadãos que inclui a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem vai apresentar uma queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto, presidente e líder parlamentar do Chega, respetivamente, depois das declarações polémicas deste último num programa de comentário televisivo. A informação é avançada pelo Diário de Notícias.
O líder parlamentar do Chega disse na quarta-feira à noite na RTP que “se a polícia atirasse mais a matar, o país estava em ordem”. O assunto chegou esta quinta-feira ao Parlamento, com várias bancadas a condenarem a declaração, mas André Ventura saiu em defesa do seu presidente da bancada e disse, em entrevista ao canal Now, que “se a polícia tiver de entrar a matar, também tem de entrar a matar“.
Edgar Caetano em 25 out. 2024, 08:26 126PGR abre inquérito a declarações de Ventura e Pedro Pinto sobre morte de Odair Moniz
O inquérito surge depois de Pedro Pinto ter dito que se as forças de segurança "disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem" e Ventura que o polícia que matou Odair devia ser condecorado.
iA Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito a declarações de André Ventura e Pedro Pinto, líder e deputado do Chega, presidente e líder parlamentar do Chega, respetivamente, e também do assessor do mesmo partido Ricardo Reis, sobre a morte de Odair Moniz. A informação foi inicialmente avançada pela CNN Portugal e confirmada pelo Observador.
“Confirma-se a instauração de inquérito relacionado com a matéria em referência. O mesmo corre em termos no DIAP Regional de Lisboa”, disse fonte oficial do Ministério Público ao Observador.
Em causa estão declarações do líder parlamentar do Chega sobre os tumultos dos últimos dias relacionados com a morte de Odair Moniz, um cabo-verdiano de 43 anos que foi baleado por um agente da polícia no bairro da Cova da Moura, na Amadora. Pedro Pinto afirmou que se as forças de segurança “disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem”.
Também o presidente do Chega, André Ventura, disse sobre o agente da PSP que baleou Odair Moniz: “Nós não devíamos constituir este homem arguido; nós devíamos agradecer a este policia o trabalho que fez. Nós devíamos condecorá-lo e não constitui-lo arguido, ameaçar com processos ou ameaçar prendê-lo”. Agência Lusa Texto