quinta-feira, 27 de abril de 2023

Santos Silva justificou o pós-ralhete nos bastidores...

Para que os leitores tenham todas as informações, o Observador, além de ter retirado do vídeo a palavra contestada por Santos Silva, publica aqui na íntegra a nota do gabinete do Presidente da Assembleia da República:(PAR):
.
“O Gabinete do PAR vê-se lamentavelmente obrigado a corrigir uma peça divulgada pelo Observador, já que o PAR nunca se referiu à IL nos termos divulgados.
Quando é mencionada uma candidatura a uma vice-presidência da AR, o PAR não se estava a referir à IL. Basta ter em conta as exortações públicas que o PAR já fez para a apresentação de uma nova candidatura da IL a uma vice-presidência.
Em segundo lugar, apesar das deficientes condições sonoras da gravação, o PAR nunca se referiu ao protesto da IL como representando falta de integridade política, mas sim (som não totalmente perceptível), o que afirmou foi que o protesto não revelou falta de educação, mas falta de maturidade política.
Lamenta-se que uma conversa informal e privada (cuja gravação sonora não foi autorizada) tenha sido tornada pública nestas condições, em que a legendagem surge distorcida exatamente nos pontos, que o jornal decide valorizar no título, que vieram a provocar uma polémica totalmente injustificada.”

 

quarta-feira, 26 de abril de 2023

outras maneiras de ver!

«A realpolitik tem dias 
para a nossa esquerda. 
Quando é invocada e praticada pelos “fascistas” da direita (...), 
isso só mostra a rendição abjecta aos interesses económicos. 
Quando é a esquerda a praticá-la, 
não há crime; 
é até uma virtude, em nome da igualdade 
e do bem-estar dos povos.
João Pereira Coutinho
22/04/23

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

André Ventura, fora do contexto!

completamente fora do contexto da Cerimónia comemorativa do Golpe de Estado de Abril de 1974, mas, lamentavelmente verdadeiro!

por trás de um Grande-Colar, há sempre uma Grã-Cruz...

“Como se não bastasse ter enfiado Lula da Silva a martelo nas comemorações do 25 de Abril, criando a polémica que se conhece, Marcelo Rebelo de Sousa resolveu aproveitar a visita do Presidente do Brasil para agraciar o casal Lula com duas condecorações. Lula da Silva recebeu o Grande-Colar da Ordem de Camões, por promover as relações "entre os povos e as comunidades que se exprimem em português" - o que me parece apropriado. Rosângela Lula da Silva recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída a quem promove a "expansão da cultura portuguesa e dos seus valores" - o que me parece ridículo.
Rosângela Lula da Silva - uma socióloga de 56 anos que começou a namorar com Lula em 2018, tinha ele enviuvado há alguns meses da segunda mulher e quando ainda se encontrava na prisão - casou-se com o Presidente do Brasil em Maio de 2022. Foi há menos de um ano, e ainda se sente um certo entusiasmo de lua-de-mel. Todos conhecem Rosângela por Janja, o que dá um toque de familiaridade popular, e a sua ascensão mediática foi fulminante. Janja não desgruda de Lula; adora ser primeira-dama; é uma das suas principais conselheiras; e foi uma das grandes estrelas da campanha eleitoral. E pergunta o caro leitor: mas o que é que isso tem que ver com o facto de ela ter sido condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique? O ponto é mesmo esse: não tem nada que ver. A condecoração de Janja por serviços relevantes prestados à cultura portuguesa é aquilo a que tecnicamente se chama uma “marcelice". "Marcelices" são gestos gratuitos ou insensatos, em que o sentido de Estado nem sempre abunda, e que só mesmo Marcelo se lembraria de fazer. Por que raio é que a mulher de Lula da Silva foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.Henrique? Que "serviços relevantes prestados a Portugal e à "expansão da cultura portuguesa" é que ela praticou nos últimos 11 meses? Ninguém sabe e, até agora, nada foi explicado - talvez porque a única explicação seja esta: as "marcelices" expandiram-se imprudentemente até as ordens honoríficas.
Graças à condecorada Janja, a pátria descobriu que o gesto não só não é inédito, como está à beira de se tornar tradição: Marcelo passou a atribuir condecorações por osmose e partilha de leito. Em 2017, condecorou o Presidente de Cabo Verde e a primeira-dama de Cabo Verde. Em 2018, condecorou o Presidente de Angola e a primeira-dama de Angola. As condecorações masculinas vão variando; a das mulheres é sempre a mesma: Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Atribui-se uma comenda como quem oferece um conjunto de pratos Vista Alegre.
Saloio, não? Desde a sua eleição, Lula da Silva já foi a muito lado, e Janja foi atrás dele. Os dois foram à Argentina - e Janja não foi condecorada. Foram ao Uruguai - e Janja não foi condecorada. Foram aos Estados Unidos - e Janja não foi condecorada. Foram à China - e Janja não foi condecorada. Vieram a Portugal - e pimba, uma banda a tiracolo e uma placa dourada para Janja, que, segundo a sua página de Wikipédia, é a primeira que recebeu até hoje. Grande Marcelo.
Parece um episódio irrelevante? Sim, se não levarmos nada a sério No seu convite para o 25 de Abril, Marcelo desvalorizou a questão da corrupção, ignorou a guerra na Ucrânia e ainda resolveu brincar à endogamia honorífica. Lula é um grande amigo de Portugal, donde, Janja também deve ser. É o novo provérbio de Belém: por trás de um Grande-Colar, há sempre uma Grã-Cruz.

o preocupante futuro do regime saído da Revolução de 74

A contratação da Inês Franco Alexandre para o gabinete da Ana Mendes Godinho, que defendeu o fecho da ponte 25 de abril com uma manif, não teria grande significado se fosse caso isolado. Mas não é.
Há poucos meses outro jovem, do mesmo quilate intelectual, Tiago Ramos Cunha, foi contrato pela ministra da Presidência. E se levarmos a análise mais longe, incluindo outras figuras gradas da Juventude Socialista (vg Miguel Matos, atual presidente, e o antecessor, João Torres), dá para perceber que quem escolhe estas pessoas dificilmente consegue explicar a sua utilidade para os gabinetes ministeriais. O que leva a pensar que são fretes feitos a alguém.
A perspetiva de ter esta geração de candidatos a políticos (Miguel Matos e João Torres incluídos) um dia no poder… é aterradora.
O que leva a concluir que nunca o futuro do regime saído da Revolução de 74 foi tão preocupante.

25 de Abril: Os meses do fim

Ao contrário do que estava previsto, o golpe de Estado de 25 de Abril não trouxe uma solução política para o problema do ultramar. Uma solução política pressupunha o envolvimento das populações num processo de participação e decisão. Não foi isso que aconteceu. O golpe de Estado determinou, ao contrário, uma solução militar, isto é, a resolução do problema ultramarino através de um simples entendimento entre as chefias militares portuguesas e as chefias dos partidos armados – nas quais, significativamente, também pesavam cada vez mais os líderes operacionais, em prejuízo dos políticos. A razão para tal desfecho esteve no modo como o golpe de Estado provocou a desagregação do dispositivo militar português no ultramar.
Ao contrário do que diz a lenda, a perspectiva de um “colapso militar” no ultramar não foi a causa do 25 de Abril, mas a sua consequência. Há muitas explicações para isso. Spínola ainda tomou a sério a “solução política”. Costa Gomes, em Maio, em Angola, explicou que a guerra continuaria, caso os partidos independentistas não desarmassem. O MFA não deve ter gostado. Os capitães não podiam permitir que se regressasse à guerra, porque isso poderia restabelecer a hierarquia militar e pôr em causa a ascendência do MFA nas forças armadas. Tentaram assim confrontar Spínola com factos consumados no ultramar.

Na Guiné, logo a 26 de Abril, houve um golpe de quartel, com a prisão do comandante-chefe. Poucas semanas depois, a única força de combate disciplinada que havia na Guiné era o PAIGC. Nada mais se pôde fazer senão a sua vontade. No terreno, tanto como as manobras dos capitães, pesou a falta de objectivos de uma força que tinha sido mobilizada para uma missão, a de defender a integridade da pátria, a qual viu subitamente terminada, sem que lhe tivesse sido atribuída outra missão.
A partir de Julho de 1974 era claro que o caminho seria a independência, de uma maneira ou outra. Quem é que, a partir de então, quis ser o último soldado a morrer no ultramar? Na metrópole, entretanto, a agitação contra a guerra crescera. Para continuar as operações, teria sido necessário restabelecer um constrangimento da actividade política que já ninguém, por essas razões, estaria disposto a aceitar. E depois, como seria possível continuar a guerra com os líderes dos partidos da esquerda no governo? A guerra tinha de acabar.
No Verão de 1974, quando se aperceberam de que já não havia vontade de combater no exército português, alguns dos partidos armados resolveram jogar duro. Unidades militares mais ou menos subvertidas e desmotivadas eram uma presa fácil. Em Moçambique, o exército português teve, nos quatro meses que se seguiram ao 25 de Abril, o dobro dos mortos registados nos primeiros quatro meses de 1974. Em Angola, entre Maio e Agosto de 1974, morreram mais soldados portugueses do que durante todo o ano de 1973. Foi só então que verdadeiramente se levantou a perspectiva de uma espécie de “colapso militar”. A partir daí, a preocupação dos comandos militares portugueses foi retirar rapidamente, para evitar uma “desonra”. Era preciso parar a guerra – e só se poderia parar a guerra através de um entendimento com aqueles que a faziam. Por pouco que os partidos armados representassem, representavam as armas que os militares portugueses precisavam de sossegar. Para quê falar com mais alguém?
O grande terror dos comandos militares, em 1974, era alguma independência “rodesiana”, que criasse uma situação de confronto em que, até por mero instinto de solidariedade étnica, as tropas metropolitanas se vissem obrigadas a pôr-se ao lado da população branca contra os partidos armados. Com dureza, impediram os colonos brancos de se manifestarem. O ressentimento entre as forças armadas e as populações europeias do ultramar era antigo.
Ao contrário do que acontecera na Argélia, os civis portugueses do ultramar, depois do assalto da UPA em 1961, mantiveram-se longe da guerra. Viram-na como uma tarefa das forças armadas, e quando foram atingidos outra vez – como esporadicamente aconteceu em Moçambique, em Janeiro de 1974 – culparam os militares. A verdade é que no exército português poucos tentaram imitar os militares franceses que se revoltaram ao lado dos colonos na Argélia. O sentimento dominante parecia ser a pressa em partir, que logo contagiou os colonos. Aqui jogou também o facto de os colonos portugueses serem, na sua maioria, de primeira geração. Quase todos os colonos tinham um país para onde regressar, ao contrário do que acontecia aos Boéres na África do Sul.
Pelo seu lado, os militares desinteressaram-se de processos de transição que só poderiam ser garantidos pela força, como as eleições multipartidárias, e apostaram tudo num simples trespasse do poder para os partidos armados. Suspeitou-se depois que o tivessem feito por opção ideológica. Provavelmente, a ideologia veio depois, para justificar o expediente. Tal como o esforço de guerra precisara da cobertura do integracionismo, a retirada precisou da justificação do internacionalismo revolucionário.
Os capitães do MFA não eram simplesmente “cobardes” ou “traidores” ao serviço da União Soviética, como depois insistiram os últimos ultramarinistas. Entre eles, havia vários heróis da guerra. Ora, o acto da entrega negou tudo aquilo que os tinha motivado em doze anos de esforço militar. Mais ainda: desmentiu a promessa do 25 de Abril de que o golpe desse dia representava uma libertação para todos os que viviam debaixo da administração portuguesa, não só na Europa, como em África. Pior: como se viu depois, entregou os soldados africanos do exército português às mais horrorosas perseguições.
Para tudo isto, os homens do MFA precisaram de razões, de razões que não apenas explicassem, mas justificassem e legitimassem. O major Melo Antunes, o homem do MFA mais comprometido nas negociações da “descolonização” em 1974, quando teve de se defender, invocou a necessidade: uma vez que não se podia continuar a guerra, não havia alternativa. Mas desde quando é que a simples consciência da fatalidade gerou, naqueles que foram agentes dessa fatalidade, uma boa consciência? Só a mitologia da esquerda podia dar uma boa consciência aos homens do MFA. Só à esquerda seria possível imaginar as ditaduras sanguinárias e corruptas do PAIGC, do MPLA ou da FRELIMO como uma “libertação”, ou chamar “descolonização” à ocupação de Angola por um exército expedicionário cubano.
Para serem capazes de ver liberdade no despotismo, os capitães e os majores fizeram-se de esquerda: e nessa conversão, deram à esquerda em Portugal, durante dois anos, uma força e uma influência a que a esquerda nunca se atrevera a aspirar.
Só ultimamente se começou a perceber o verdadeiro sentido da retirada portuguesa. Havia mais africanos a combater do lado português do que do lado dos partidos armados: 42% dos efectivos do exército português em 1973, ou cerca de 61 mil militares, eram de recrutamento local. Este número não incluía as unidades de segunda linha, como as milícias locais.
Na Guiné, metade dos confrontos com o PAIGC eram da responsabilidade dessas milícias. Spínola prometera-lhes a construção de uma sociedade civil africana, pluralista e livre, contra o Estado revolucionário de tipo soviético previsto pelo PAIGC. É provável que uma ditadura como a portuguesa não fosse o sistema mais credível para patrocinar tal projecto. Também é provável que tudo tenha começado tarde demais. De qualquer modo, em 1974, a guerra em África já não era simplesmente uma guerra colonial, entre portugueses e independentistas, mas uma guerra civil entre africanos, com participação portuguesa – o que o eurocentrismo (e, em certos casos, os preconceitos raciais) dos “anticolonialistas” impediu de perceber. Só os portugueses podiam escolher entre ficar e partir. Escolheram partir. Os outros tiveram de ficar. A guerra, para eles, continuou. (Rui Ramos in “Perceber a História”)

lula não discursa!

A decisão chegou: Lula da Silva
não discursará nas comemorações oficiais do 25 de Abril, no parlamento. A decisão era tão inevitável, tão óbvia, tão incontornável que só surpreendia que, no governo, se tenha achado boa ideia lançar tal convite a Lula da Silva — por cinco razões.
Primeira razão: 
Lula da Silva é uma personalidade política controversa e polarizadora. Convidar para as comemorações oficiais do 25 de Abril alguém que fragmentaria o parlamento português, em vez de representar a união nos valores democráticos, evidenciaria uma alarmante falta de bom-senso. […]
Segunda razão: 
há que preservar o funcionamento das instituições democráticas. A participação de Lula da Silva nas comemorações do 25 de Abril foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros — facto que, no plano institucional, corresponde à violação da separação de poderes, pois o governo invadiu o espaço de decisão da Assembleia da República. […]
Terceira razão: 
Lula da Silva não condena a invasão russa da Ucrânia. Pior: Lula da Silva responsabiliza e critica Zelensky pelo conflito com a Rússia. Ora, em Portugal e na UE, o regime de Putin constitui a maior ameaça à liberdade, à paz e à prosperidade. […]
Quarta razão: 
Lula da Silva acumula posições recentes e inconciliáveis com os valores que Portugal comemora no 25 de Abril. Por exemplo, em 2022, durante a campanha eleitoral das presidenciais que venceu, Lula da Silva sugeriu o mapeamento dos endereços pessoais de deputados, de forma que estes pudessem ser pressionados por manifestantes junto das suas residências, para “incomodar a tranquilidade” e “conversar” com a mulher e os filhos. […]
Quinta razão: 
Lula da Silva esteve envolvido em sucessivos casos de corrupção. O destaque evidente é a Operação Lava-Jato, uma gigantesca teia de corrupção com Lula da Silva no centro. O agora presidente do Brasil foi condenado em várias instâncias a pena de prisão (entre 8 a 12 anos), tendo cumprido mais de um ano de prisão até a sua condenação ser anulada por erros processuais relacionados com áreas de jurisdição — ou seja, Lula da Silva está em liberdade, mas politicamente não se pode considerar inocentado. […]
Se estas cinco razões são simples de atingir, o governo ignorou-as integralmente. Preferiu a polarização, tentou submeter o parlamento à sua vontade, desvalorizou a posição de Lula sobre a Ucrânia e valores democráticos, e abriu portas para o espectro da corrupção intoxicar as comemorações da democracia portuguesa. Neste caso, felizmente para o país, valeu que o parlamento travou a iniciativa, desautorizou o Ministro dos Negócios Estrangeiros e repôs alguma dignidade institucional.

Já passou? Não, não passou. 
Lula não discursa no 25 de Abril, mas ficam os tiques do governo que a democracia dispensa: falta de bom-senso, atropelos institucionais, desrespeito pela liberdade e permissividade para com a corrupção.

sábado, 22 de abril de 2023

Descoberta do Brasil: Uma nova visão!

1498 - DESCOBRIMENTO DO BRASIL
O primeiro português a vir às terras brasileiras não foi Pedro Álvares Cabral, ao contrário do que até hoje ensinam os manuais de história. O primeiro torrão de solo tupiniquim avistado pelos portugueses também não foi o Monte Pascoal, no sul da Bahia. O primeiro contacto dos europeus com a terra brasilis tampouco ocorreu em 22 de Abril de 1500.
Pesquisadores portugueses, espanhóis e franceses revelam uma história muito mais fascinante e épica sobre a chegada dos navegadores portugueses ao Novo Mundo.


“O primeiro português a chegar ao Brasil foi o navegador Duarte Pacheco Pereira, um génio da astronomia, navegação e geografia e homem da mais absoluta confiança do rei de Portugal, d. Manoel I. Duarte Pacheco descobriu o Brasil um ano e meio antes de Cabral, entre Novembro e Dezembro de 1498.
O primeiro português a confirmar que existiam terras para lá do Oceano Atlântico desembarcou aqui num ponto localizado nas proximidades da fronteira do Maranhão com o Pará. De lá, iniciou uma viagem pela costa norte, indo à ilha do Marajó e à foz do rio Amazonas. Quando regressou a Portugal, o rei ordenou-lhe que a expedição deveria ser mantida em sigilo. O motivo para que a descoberta fosse tratada como segredo de Estado era bastante simples: as terras encontravam-se em área espanhola, de acordo com a divisão estabelecida pelo famoso Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, quatro anos antes de Duarte Pacheco chegar à Amazónia”.
“A base da tese gira em torno de um manuscrito, o "Esmeraldo de situ orbis", produzido pelo próprio Duarte Pacheco entre 1505 e 1508 e que ficou desaparecido por quase quatro séculos. Até no título, o documento revela seu carácter cifrado. "Esmeraldo" é um anagrama que associa as iniciais, em latim, dos nomes de Manoel (Emmanuel), o rei, e Duarte (Eduardus), o descobridor.
"De situ orbis" significa "Dos sítios da Terra". "Esmeraldo de situ orbis", portanto, era "O tratado dos novos lugares da Terra, por Manoel e Duarte". Era um imenso relato das viagens de Duarte Pacheco Pereira não só ao Brasil, como à costa da África, principal fonte da riqueza comercial de Portugal no século XV. O rei d. Manoel I considerou tão valiosas as informações náuticas, geográficas e económicas do "Esmeraldo" que jamais permitiu que ele fosse tornado público. Foi montado em cinco partes, com 200 páginas no total. As melhores provas sobre o descobrimento do Brasil aparecem no capítulo segundo da primeira parte.
Resumidamente, o trecho diz o seguinte: "Como no terceiro ano de vosso reinado do ano de Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tam grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada. Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela. É achado nela muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os navios nestes Reinos vem grandemente povoados."
As novas pesquisas sobre a verdadeira história do descobrimento sepultam definitivamente a inocente versão ensinada nas escolas de que Cabral chegou ao Brasil por acaso, depois de ter-se desviado da sua rota em direcção às Índias. O trabalho dos historiadores, dos antropólogos e cartógrafos, dá cores e tons muito mais fortes à epopeia do descobrimento. Até consolidar sua presença nessa – até então – desconhecida parte do mundo, portugueses e espanhóis se envolveram num fascinante jogo de traição, espionagem, blefes e chantagens.
O mais recente trabalho a sustentar que Duarte Pacheco foi o verdadeiro responsável pelo descobrimento foi publicado no ano passado em Portugal. Intitulado “A construção do Brasil”, é de autoria do historiador português Jorge Couto, 46 anos, professor da Universidade de Lisboa e talvez o principal especialista em história do Brasil. 
Eduardo Franco Madeira no Facebook
Ilustração: "Esmeraldo de situ orbis", desenho do próprio Duarte Pacheco.

domingo, 16 de abril de 2023

esqueçam André Ventura!

 aproveitem para demonstrar o que pensam de Marcelo Rebelo de Sousa...

Antonio Sebastião Ribeiro de Spinola

 


quinta-feira, 13 de abril de 2023

GP JMJ 2023

O funcionamento do Grupo de Projeto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), coordenado por José Sá Fernandes, vai custar, até ao final deste ano, mais de 615 mil euros. Deste total, mais de 530 mil euros, o correspondente a cerca de 90% da verba total, destinam-se a pagar despesas com pessoal.

Em dois anos, 2022 e 2023, o Grupo de Projeto para a JMJ (Miguel Rato, Rita Folgosa, Sara Veiga, António Braga) custa mais de 1,2 milhões de euros, dos quais mais de um milhão em salários.
... mas o “grupo” ainda vai funcionar em 2024.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

eles governam-se! Nós não!!!

 para a semana há pior!


Duas à "porrada"

(uma politicamente correcta à espera do "tacho" que lhe vira do do marido ou do colega do marido da colega...)

… a Alexandra Reis veio finalmente a público esclarecer todas (ou quase) as dúvidas que existiam sobre o seu despedimento da TAP e a sua indemnização de 500 mil euros.A gestora já tentou, sem sucesso devolver por três vezes a indemnização recebida da TAP, ainda que discorde do parecer da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) que a declara ilegal, e até hoje não sabe a verdadeira razão para ter sido demitida da TAP. Numa audição que durou seis horas e meia, as respostas da gestora livraram (para já) Fernando Medina da suspeita de que saberia de toda a história quando a convidou para o Governo, apesar de ter sido muito questionada sobre as relações com a mulher do ministro das Finanças, a ex-diretora jurídica da TAP.
Um dos pontos que os deputados tanto insistiram foi no esclarecimento sobre quais as divergências com a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e que levou ao seu despedimento. Alexandra Reis elencou sete:
- Mudança de sede;
- Renovação de frota automóvel;
- Contratação de diretores e altos quadros;
- Procedimentos de procurement (onde se inserirá a recusa por parte de Alexandra Reis da contratação da empresa ligada ao marido da CEO);
- Otimismo do plano de reestruturação;
- Conversão de empréstimo acionista em capital da TAP;
- Renovação da frota dos aviões ATR versus Embraer.

a Comissão de Inquérito, a Christine e as dúvidas sobre a “reunião secreta”.



Ao meio-dia de uma terça-feira de janeiro, um deputado do PS, a CEO da TAP e membros de dois ministérios juntavam-se num encontro via Teams. A reunião foi discreta — quase secreta, tendo ficado fora da agenda comunicada ao Parlamento — e teve a particularidade de ocorrer um dia antes de Christine Ourmières-Widener ser ouvida no Parlamento. Era dia 17. Dois meses e meio depois, o encontro foi tornado público e os deputados da oposição quiseram saber se alguém na sala esteve lá. Com sotaque francês, a CEO demitida respondeu: “Car-los-Pe-rei-ra”. Começaram então outras dúvidas: a que título escrutinador e escrutinado se encontraram? Porque foi a reunião convocada? Quem a organizou? Quem estava presente? O que foi discutido?

quarta-feira, 5 de abril de 2023

TAParam-te os olhos!

A audição sobre a TAP que foi esclarecedora, o Governo ar usa uma empresa do Estado e o PS que mistura partido, governo e parlamento...

terça-feira, 4 de abril de 2023

o Trump vai preso?

preso por pagar a uma puta?

Segundo o Miguel Pinheiro, Diretor Executivo do Observador, uma das advogadas de Trump, o ex-Presidente deverá entregar-se na terça-feira, às 14h15 locais. Se isso não acontecesse, seria preciso o estado de Nova Iorque pedir a extradição de Trump ao estado da Florida, onde o ex-Presidente vive.
Nesse cenário, o que faria o governador da Florida e concorrente de Trump nas próximas eleições? Ron deSantis já respondeu: recusaria colaborar com as autoridades judiciais.
A Cátia Andrea Costa, a Mariana Lima Cunha e a Marta Leite Ferreira confirmam que ele poderá entregar-se na próxima terça-feira


sábado, 1 de abril de 2023

“Se túneis de drenagem já existissem, cheias não teriam acontecido” Carlos Moedas

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou esta quinta-feira que se os túneis de drenagem já existissem, as inundações e cheias da noite passada na capital não teriam ocorrido. Carlos Moedas lamenta que tenham demorado 20 anos a pôr o plano em prática.
“Tivemos um evento completamente extremo. Numa hora choveram 44ml, que é uma brutalidade”, começa por dizer Carlos Moedas, acrescentando que este é um problema que já existe há muitos anos e que é “triste” que as obras para o resolver tenham demorado tanto tempo a avançar.
O autarca garante que foi feito tudo o que era possível e que os serviços municipais tinham, inclusive, mandado limpar todas as sarjetas da cidade, mas que nem isso foi capaz de evitar o que ocorreu na noite passada.
PORQUE É QUE LISBOA INUNDA CADA VEZ QUE CHOVE MAIS?

“Lisboa foi construída em cima de rios. Alcântara era uma ribeira, a Avenida da Liberdade era uma ribeira. [Na altura] não foi estruturalmente pensado como ir buscar a água da chuva e lavá-la até ao rio sem estas cheias”, começou por explicar.

Carlos Moedas diz ainda que a cidade tem dois pontos altos: Monsanto e Chelas, de onde a água desce até à parte baixa da cidade. “Tudo conflui” e, sem um sistema de drenagem adequado, acaba por gerar inundações.
COMO RESOLVER?
O plano de drenagem prevê a construção de dois túneis com início exatamente nos dois pontos altos da cidade. O primeiro túnel, com 17 mil metros cúbicos de capacidade, servirá para escoar a água de Monsanto para Santa Apolónia. O segundo entre Chelas e o Beato.

“A água quando chega a Monsanto normalmente vai para Alcântara. Vamos conseguir que a água entre neste túnel”, indicou Moedas.
OBRAS SÓ ARRANCAM EM MARÇO. PORQUÊ?

O presidente da Câmara de Lisboa explica que já chegou a Portugal a tuneladora que vai ser usada para construir os dois túneis, mas que a dimensão desta atrasa a sua montagem.
“[As obras] só começam em março porque não se consegue montar a tuneladora antes”, revelou.
Carlos Moedas alertou ainda que as obras, a começar em março de 2023 e com término previsto para 2025, vão dar “muito trabalho” e “impedir o trânsito” em várias zonas da cidade.
No futuro, a água que os túneis recolherem será usada para lavar as ruas e fazer a rega dos espaços verdes, de forma a criar “uma cidade mais sustentável”, disse Moedas.

QUE APOIOS PARA A POPULAÇÃO?

Para concluir, Carlos Moedas revelou que durante a noite desta quinta-feira será feito um levantamento dos prejuízos para, esta sexta-feira, apresentar à ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que vai reunir com os municípios mais afetados.
“A Câmara fará a sua parte, mas não podemos estar sozinhos. Vamos pedir ajuda. Precisamos que o Estado participe, são muitos milhares de euros”, finalizou.

Miguel Carrapatoso ou quando o jornalista é partidário!

antes
- Ventura decidiu fazer política com um crime hediondo
"Declarações miseráveis". Reação de Ventura sobre o ataque ao Centro Ismaili é "absolutamente inaceitável". (Observador 29Abr23)
depois
- Afegão suspeito de matar três mulheres: autoridades investigam rasto de crimes de Abdul Bashir; não avisou que mãe dos filhos estava no local onde houve incêndio; esfaqueou Farana e Mariana em Lisboa e é alvo da polícia pela morte da mulher na Grécia. (CM 01Abr23)
- Templos de Lisboa passados a pente fino: autoridades suspeitam de ligação de afegão ao Estado Islâmico. (o Nascer do SOL 01Abr23)

O diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Francisco Narciso, fez questão de salientar que a investigação “prossegue” para, por um lado, “o apuramento do factos” e, por outro, “a respetiva qualificação” dos crimes cometidos, não fechando a porta a nenhuma hipótese que possa estar na base dos homicídios das duas jovens portuguesas, Mariana Jadaugy, de 24 anos, e Farana Sadrudin, de 49.

No mesmo texto, disponibilizado no site da Procuradoria-geral da República, durante a noite de quinta-feira, 30 de Março, Francisco Narciso adiantou ainda que Abdul Bashir, o autor do ataque, ficou sujeito a prisão preventiva, sendo que esta medida de coação “está suspensa enquanto durar o período de internamento” – o refugiado afegão, de 28 anos, continua internado no Hospital Curry Cabral, devendo receber alta dentro de, aproximadamente, duas semanas.

Segundo informações recolhidas pela VISÃO, no pedido feito ao juiz, o MP fez saber que estavam em causa fortes indícios da prática de dois crimes de homicídio, considerando que a hipótese de terrorismo poderia ter sido uma das motivações do atacante. Este mesmo argumento terá também sido utilizado no pedido a um juiz de instrução para a realização de buscas domiciliárias, as quais só não se concretizaram no dia do ataque, porque, segundo a CNN Portugal, uma juíza de instrução do Tribunal Central de Instrução Criminal terá recusado assinar os mandados fora do horário normal de expediente.


apreço ao partido nacional socialista!

Dia do Combatente 2023