Publicado por Francisco Seixas da Costa em
13 Set 2019
"Ver hoje, em algumas sondagens, o CDS com intenções de voto
inferiores às do PAN é algo que não deixa de me impressionar historicamente,
confesso.
O CDS é uma estrutura de representação política que, a partir de
1974, deu acolhimento democrático a muitos conservadores, a maioria dos quais
tinham com o 25 de abril uma relação menos entusiástica - e isto é, obviamente,
um irónico “understatement".
Os núcleos do CDS surgiram, mais ou menos a medo, pelo país,
perseguidos por uma esquerda que os via como encapotados saudosistas da
ditadura e desprezados por uma direita mais radical, que quase os apodava de
colaboracionistas com a nova situação. Tiveram menos arte do que o então PPD,
na captação das redes do marcelismo, não integraram os primeiros governos
provisórios, e tudo isso marcou decisivamente o seu futuro, nomeadamente em
termos de poder autárquico, com forte impacto na limitação da sua expressão
nacional."