quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A eterna instrumentalização da RTP !


... o programa “Sexta às 9” regressou da pausa de férias numa data muito posterior ao previsto. Na última emissão pré-férias de Verão, a 9 de Julho, a jornalista Sandra Felgueiras avançou que o programa retomaria em Setembro. De acordo com as redes sociais do programa, a data seria 13 de Setembro, uma data normal face à prática de anos anteriores, inclusivamente em períodos eleitorais – em 2015, o programa retomou a 11 de Setembro, em pleno período pré-eleitoral.
... deu-se a “coincidência” de a primeira emissão pós-férias do programa trazer ao conhecimento público dois casos muito graves de favorecimento indevido em negócios geridos por gabinetes do governo. Em causa estará a exploração de lítio em Montalegre (que envolve membros e ex-membros do governo) e outro negócio para o tratamento de resíduos que, aparentemente, terá por detrás um favorecimento a uma empresa do grupo Mota-Engil. 
... em Setembro, por volta da data habitual da emissão do “Sexta às 9”, Eduardo Cintra Torres acusou a direcção de informação da RTP de ter suspendido o programa por razões políticas e a RTP defendeu-se alegando “ajustes da grelha em função da actualidade”. Manifestamente insuficiente, a justificação não esclarece o básico: o porquê desta gestão da grelha impedir a emissão do programa em período eleitoral – visto ser algo que não sucedeu em 2015 e algo que, em 2019, não se aplicou a outros programas da RTP com o mesmo perfil de investigação jornalística, como o “Linha da Frente”.  (in “A eterna instrumentalização da RTP” por Alexandre Homem Cristo)