A Comissão
Europeia torce o nariz e o que se discute não é o orçamento, mas a
ingerência externa nas decisões do Governo, a soberania. E, ao mesmo tempo,
ouvem-se as vozes da Catarina e do Jerónimo a brandir a bandeira nacional
contra os invasores.
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É sempre assim. Quando um país não
cumpre as suas obrigações, aquelas a que se comprometeu livremente, começa a
arranjar bodes expiatórios, culpados, a apontar o dedo a terceiros. …
Ninguém na Europa impede António
Costa de fazer escolhas, de puxar mais pelo consumo ou pelas exportações, pelo
corte de despesa ou aumento de receita. Costa tem de cumprir uma redução do
défice global e do défice estrutural, corrigido dos efeitos de medidas
temporárias e do ciclo económico. O que faz? Apresenta um orçamento com
pressupostos que tornam difícil cumprir a redução do défice global para 2,6% e
‘inventa’ uma contabilização de medidas estruturais como se fossem
extraordinárias que permitiria reduzir o défice estrutural em 0,2%.
O Galamba diz na sua página de
Facebook (algo que Jerónimo
de Sousa, António Costa e o
representante do PS no Expresso já repetiram) que o governo anterior
andou a “enganar Bruxelas”, dizendo que cortes temporários eram definitivos,
porque se fossem temporários não poderiam contar para o défice estrutural. (n’O Insurgente)
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mas quem é que enganou Bruxelas?