Talvez o destino do PS, com
a sua tendência de tudo concentrar no Estado e de tudo controlar na sociedade,
seja dar um dia um Orbán a Portugal, tal como os seus antepassados lhe deram um
Salazar.
Um
hipotético governo Rio-Ventura poderia, portanto, ser uma nova época na direita
portuguesa. Ao invés dos governos de Durão Barroso ou de Passos Coelho, não
tentaria reformar o Estado, mas apenas ocupar o Estado, isto é, desalojar o PS,
de modo a que passasse a ser a direita a manipular o mecanismo de influências e
de promiscuidades através do qual os socialistas controlam a sociedade
portuguesa. A direita, finalmente, poderia mandar na administração
pública, nas empresas, nos bancos, na comunicação social, na vida dos
portugueses, tal como agora fazem os socialistas. Um socialismo “nacional”,
protagonizado pela direita, substituiria o actual socialismo “politicamente
correcto”, protagonizado pela esquerda.
Nessa
altura, atirados para a rua, o PS e os seus parceiros, desamparados, tentarão
talvez enrolar-se nas bandeiras da liberdade e da democracia, e acusar os seus
sucessores de serem o equivalente português dos Orbán, dos Bolsonaro ou dos
Trump. Se Rio e Ventura arranjarem dinheiro (europeu, claro) para pagar aos
dependentes do poder, poderão ignorar olimpicamente essas rábulas de
anti-fascismo. Talvez então os socialistas e os seus parceiros tenham tempo
para se lembrar que foram eles quem construiu o mecanismo de poder que
subverteu a democracia em Portugal. Provavelmente, terá sido esse sempre o
destino do PS e da esquerda portuguesa, com o seu facciosismo e a sua tendência
de tudo concentrar no Estado e de tudo controlar na sociedade: darem um dia um Viktor
Orbán a Portugal, tal como os seus antepassados republicanos, na década de
1920, lhe deram um Salazar. (in “O PS vai
dar um Orbán a Portugal? “ por Rui Ramos )
O plano contra a crise. As visitas "importantes" a Rutte e a Orbán. A aposta na economia verde. O convite à esquerda para nova Geringonça. O "mito urbano" do Bloco Central. O fim dos debates quinzenais. A relação com Marcelo. A sucessão no PS
Costa é um otimista para quem a “esperança” é irrevogável, mesmo quando navega durante a incerteza de uma pandemia imprevisível e de uma crise económica sem precedentes. Na entrevista de balanço que deu à VISÃO, está focado no futuro, nos 58 mil milhões de euros que chegarão de Bruxelas e na oportunidade de reposicionamento, de reindustrialização e de um retorno em verde para Portugal. E, claro, numa reedição da Geringonça, sem máscaras. Porque isso de “procurar o Bloco Central é como caçar gambozinos”: um “mito urbano”.
O sol já ia baixo nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro quando começou a entrevista com a VISÃO. Terminava assim para António Costa uma semana intensa, depois de um Conselho Europeu arrastado e do debate do Estado da Nação nessa manhã da passada sexta-feira. Uma conversa de balanço, sem acusar cansaço, sobre os desafios que teve de enfrentar, mas sobretudo acerca do que pode ser a saída da crise e um futuro pós-pandemia. Pretende partilhar este texto? Utilize as ferramentas de partilha que encontra na página de artigo.
Agora que está a atravessar o maior annus horribilis da história da democracia portuguesa e, provavelmente, do último século, pergunto: continua a ser um “otimista impenitente”?
Ser otimista não significa ser irrealista, e manifestamente vivemos um momento de incerteza enorme e assim continuaremos até haver um tratamento ou uma vacina. Sem isso, dificilmente conseguiremos ter um regresso à normalidade. O máximo que vamos conseguir é aprender a conviver com esta nova realidade.
Alguma vez neste processo se sentiu a perder o pé à situação? Quais foram os momentos mais duros?
O momento mais duro foi logo no início, porque qualquer decisor político gosta de ter certezas em relação àquilo que decide. E a certeza assenta na informação que tem. Uma coisa que ficou logo muito percetível no princípio de março foi que os cientistas tinham inúmeras dúvidas e desconhecimento, por esta ser uma realidade nova.
Estamos a participar num gigantesco laboratório à escala global, em que os cientistas vão investigando ao mesmo tempo que nós temos de ir decidindo. Aquele momento em que tínhamos de decidir “fecho as escolas ou não fecho as escolas?”, esse foi o de maior angústia, porque percebemos que tínhamos de decidir mais com base no que era a nossa própria convicção ou interpretação dos factos, mesmo que a base científica para a decisão não fosse completamente sólida.
António de Oliveira Salazar, conhecido apenas pelo último nome, foi o primeiro ministro de Portugal durante 36 anos (1933 até 1968).
Salazar nasceu em Vimieiro no dia 28 de abril de 1889.
O político era filho de um feitor (António de Oliveira) responsável por uma propriedade no pequeno povoado Vimieiro, situado no concelho de Santa Comba Dão. A mãe do estadista chamava-se Maria do Resgate Salazar. O casal teve três filhos: António e mais duas irmãs.
Salazar ingressou em Outubro de 1900 no seminário de Viseu onde permaneceu por oito anos. Quando saiu do seminário, começou a dar aulas em uma escola de Viseu e actuou também como professor particular.
Formou-se em direito em 1914 pela Universidade de Coimbra. É em Coimbra, aliás, que Salazar ingressa na vida política tendo liderado o Centro Académico de Democracia Cristã.
Tornou-se professor da mesma instituição em 1917 ocupando a disciplina de Ciências Económicas, após ter se especializado em Economia.
Salazar foi um dos responsáveis pela fundação do Partido Centro Católico (1921).
Após a derrubada do governo parlamentar - em maio de 1926 - recebeu um convite para assumiu o posto de ministro das finanças, mas não obteve a autonomia que desejava.
Dois anos mais tarde, António Oscar de Fragoso Carmona, então presidente, deu ainda mais poder à Salazar e lhe ofereceu todo o controle das contas públicas - em 28 de abril de 1928 Salazar assumiu o cargo de Ministro das Finanças.
À frente do ministério, conseguiu inverter o problema do déficit público e transformou-o em superávit. Com o saldo positivo, pode ajudar a desenvolver o país.
No dia 5 de Julho de 1932, Salazar foi nomeado primeiro ministro por Carmona. O período em que esteve no poder foi marcado pelo conservadorismo, pelo autoritarismo, pelo nacionalismo e pela influência de um pensamento católico.
Os seus anos à frente do país ficaram conhecidos como "Estado Novo Português". Foi um período marcado, especialmente, pelo fim das liberdades políticas - Assembleia Nacional da época era composta apenas por aliados do partido de Salazar - e pelo forte investimento na área militar.
Salazar também actuou como ministro das Finanças (1928-1968), ministro das Colónias (1930), ministro da Guerra (1936-1944), ministro das Relações Exteriores (1936-1947) e ministro da Defesa Nacional (1961-1962).
...para
o Presidente a direita apostou no cavalo errado com a guerra por
causa da cerimónia do 25 de Abril. Problema: para CDS ou para os críticos de
Rio dentro do PSD, não sobram muito mais causas numa altura em que as sondagens
parecem mostrar que os portugueses valorizam o trabalho do Governo e a
postura do PSD. (o texto é do Pedro Benevides no Observador)
Aproveitando a polémica em torno da nomeação da militante comunista Rita Rato para a direcção do Museu do Aljube, falamos dos campos de trabalho soviéticos e da resistência ao salazarismo.
Um
dia, por causa de um livro, seis dúzias de académicos empenhados subscrevem um
manifesto no qual protestam contra a academia que protege a direita, dizem
eles, que branqueia a extrema-direita, garantem, que ajuda o racismo, afirmam.
Em poucas palavras, contra uma academia que não denuncia o discurso de ódio,
resumem.
No
dia seguinte, são desvendados rumores de planos que o governo faz para
encomendar às universidades que vigiem o discurso do ódio, que supervisionem as
redes sociais e que acompanhem as narrativas públicas sobre estrangeiros. […]
Na
verdade, o que se anuncia é um dos mais violentos atentados contra a liberdade
de expressão que Portugal conhece há décadas! Como quase sempre, sob a
aparência de causas nobres (contra o racismo) e de sentimentos elevados (contra
o ódio), […]
Não
tenhamos dúvidas: é um eufemismo para vigiar, policiar, registar e fiscalizar.
É o que fazem as polícias, a PIDE, a KGB, a STASI e outras, vivas ou defuntas.
É o que sempre fizeram as censuras. De repente, estas pessoas encontram o
pretexto ideal: um partido fascista e um deputado xenófobo! Contra esse mal,
desembainham espadas e alinham artilharia. Revelam-se os censores que são.
Os
signatários do manifesto não escondem ao que vêm: impedir a universidade livre
e plural, a fim de defender uma academia empenhada e vigilante! […] (in “Grande Angular - Monitorizar
o pensamento” por António Barreto )
O
abaixo-assinado dos 67 contra Riccardo Marchi é um dos actos mais vergonhosos
da história da universidade portuguesa. Merece ficar ao lado da expulsão de
professores durante a ditadura salazarista.
[.]
Pergunta:
Marchi chegou a conclusões com as quais todos temos de concordar? Não, de
maneira nenhuma.
O
livro de Marchi é universitário também no sentido em que se expõe honestamente
à crítica: explicita os seus métodos, indica as suas fontes (entrevistas,
documentos, imprensa), e admite o carácter hipotético das suas explicações.
Para usar as expressões do autor, não é uma “apologia”, mas também não é uma
“demonização”: é apenas uma tentativa de compreender. Ora, parece que para
alguns cães de guarda da universidade, só a “demonização”, sem estudo, é
aceitável. [...] (in “Não matem
a universidade “ por Rui Ramos)
Em vez de queimar livros como o do Riccardo Marchi, esta extrema-esquerda académica devia tentar uma coisa mais simples: escrever livros minimamente legíveis, minimamente académicos e ‘científicos’, livros que não sejam meros almanaques dos campos de férias do Bloco de Esquerda; devia criar pensamento, e não as caixas de conformismo 'progressista' que transformam o 'progressismo' numa ortodoxia fanática.[…]
Hannah Arendt, que também teve os seus livros ‘queimados’, estabeleceu a diferença moral e conceptual que é a condição sine qua non do trabalho intelectual: ‘perceber’ não é ‘desculpar’. Riccardo Marchi fez um livro que procura ‘perceber’ um fenómeno político, o Chega, que passou de 700 militantes (2019) para 10.000 militantes (2020). Não queremos acompanhá-lo neste esforço de compreensão? Não queremos perceber o populismo por dentro para assim ficarmos a par das suas fraquezas?(in “A esquerda que adora queimar livros “ por HENRIQUE RAPOSO)
Público
de ontem [Sábado 11 de Julho de 2020], à guisa de resposta a uma entrevista
de há uns dias, a Riccardo Marchi em que dizia que o Chega não parecia ser
um partido fascista, racista ou xenófobo.
Para estes subscritores de abaixo-assinados, porém, o Chega é tudo isso e muito
mais e só falta ser proscrito do panorama político nacional, por advogar o
famigerado "discurso de ódio", nova fórmula de censurar ideias
adversas às da esquerda politicamente dominante.
Os nomes dos subscritores são todo um programa. Para além do celebérrimo e
ilustrérrimo professor Buonaventura, estão representadas todas as madrassas do
país, com destaque para a daquele ai-a-tola, de Coimbra, a do CES e, claro, o
ISCTE.
Ninguém se ri com estes pândegos que deviam ter lugar num jardim zoológico de
aberrações sociológicas ou num circo do sol que agora se pôs. (no Porta
da Loja )
Carlos Magno. Jornalista, ex-director de várias empresas de comunicação social e professor universitário, Carlos Magno foi também presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social.
No programa de hoje vamos falar das falhas do jornalismo na sociedade portuguesa e no sistema político.
Seja
qual for a expressão que vier a seguir à palavra discurso, não me agrada que
seja acompanhada da palavra repressão. Aliás, também a associação da
investigação científica à repressão de discursos me causa profundos receios. As
universidades não existem para serem auxiliares do policiamento das palavras. […]
Há
ainda que ter presente o velho princípio da precaução. Em matéria de repressão
de discursos, de ideias e de pensamento, sabemos como as coisas começam, nunca
sabemos como acabam. E já acabaram mal muitas vezes na história e mesmo em
democracias liberais de créditos formados. (por Paulo Pedroso in “Esquisitices
de um democrata radical )
nos finais de Novembro a senhora que está ministro da Saúde anunciava: Vinte novas unidades de saúde familiar poderão ser criadas ainda este ano e outras 20 passam a modelo B, que é o mais exigente, com maior autonomia e com mais incentivos financeiros... Prometi vir confirmar no "final do ano" e nada aconteceu. Nem "vinte novas", nem "20 modelo B" Voltarei a fazê-lo daqui a seis meses...
Lisboa,
28 nov 2019 (Lusa) – Vinte novas unidades de saúde familiar poderão
ser criadas ainda este ano e outras 20 passam a modelo B, que é o mais
exigente, com maior autonomia e com mais incentivos financeiros, anunciou hoje
a ministra da Saúde.
.
No fim
do ano venho conferir e daqui a seis meses virei verificar se isto não é mais
uma tanga desta Senhora que está ministro!
.
mas começo a
ficar preocupado por estar a ficar semelhante ao Deputado André Ventura que às
Quinta-Feira chama mentiroso ao senhor que está de primeiro-ministro e à
Sexta-Feira apresenta-nos “as provas”
diz a lenda que esta cena teve apenas um unico "take" e as palmas dos figurantes foram espontaneas!
Em declarações à Rádio Renascença Ana Abrunhosa que estava ministra admitiu que os descontos possam vir a aumentar nos próximos anos.
"Para que esta medida seja sustentável, nós temos que ir reduzindo gradualmente. A nossa proposta é, no futuro, à medida que o nosso orçamento do Estado consiga acolher, que consigamos trabalhar nesta redução para garantirmos que, de facto, as pessoas têm melhor qualidade de vida neste territórios e estamos naturalmente a privilegiar os territórios do interior, como está no programa do Governo e como ficou inscrito no Orçamento do Estado".