Talvez o destino do PS, com
a sua tendência de tudo concentrar no Estado e de tudo controlar na sociedade,
seja dar um dia um Orbán a Portugal, tal como os seus antepassados lhe deram um
Salazar.
Nessa
altura, atirados para a rua, o PS e os seus parceiros, desamparados, tentarão
talvez enrolar-se nas bandeiras da liberdade e da democracia, e acusar os seus
sucessores de serem o equivalente português dos Orbán, dos Bolsonaro ou dos
Trump. Se Rio e Ventura arranjarem dinheiro (europeu, claro) para pagar aos
dependentes do poder, poderão ignorar olimpicamente essas rábulas de
anti-fascismo. Talvez então os socialistas e os seus parceiros tenham tempo
para se lembrar que foram eles quem construiu o mecanismo de poder que
subverteu a democracia em Portugal. Provavelmente, terá sido esse sempre o
destino do PS e da esquerda portuguesa, com o seu facciosismo e a sua tendência
de tudo concentrar no Estado e de tudo controlar na sociedade: darem um dia um Viktor
Orbán a Portugal, tal como os seus antepassados republicanos, na década de
1920, lhe deram um Salazar. (in “O PS vai
dar um Orbán a Portugal? “ por Rui Ramos )