sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

...das virtudes do novo marxismo ecocultural!

nós podemos mudar isto!
E, um dia, teremos de falar sobre a vaga de auto-censura que vai por essas redacçôes fora.
Primeiro, desapareceram os clássicos. Da Íliada a Dom Quixote, passando por Sófocles, Virgílio e Dante, a razia remeteu as obras fundadoras para os covís académicos e a insignificância pública. [...]
Arrumados os clássicos incómodos, os alvos seguintes foram os contos de fadas e o folclore literário: qualquer dia, quem contar a Branca de Neve às criancinhas arrisca uma denúncia pelos crimes de apologia do assédio sexual ou ofensa aos anões (e nestes tempos de fascismo idiomático, usar a palavra «anão» já é um risco). Conforme as teses progressistas que se propagam com celeridade nos colégios e universidades ocidentais,
- a Pequena Sereia, coitada, foi privada do seu «género» quando lhe tiraram a cauda de peixe e a substituíram por duas pernas,
- o Monstro devia estar preso por maltratar a Bela, e
- o Príncipe denunciado por importunar sexualmente a Branca de Neve.
O Lobo Mau, presume-se, está isento de julgamento por mediação das associações animalistas.
O resultado está à vista: vivemos hoje sob o ruído infernal da chamada «geração floco de neve», que se caracteriza pela ofensa fácil, intolerância às opiniões divergentes e egolatria patológica. [.]

Os filhos, hoje, chegam a ser usados como cavalos de Tróia do progressismo que tomou conta do ensino oficial: bem providos de raiva e prédicas moralistas, são enviados para casa com a missão de vigiar e evangelizar os pais que não reciclam, que não comem quinoa, que não dizem «presidenta», ou que, em geral, desconfiam das virtudes do novo marxismo ecocultural.