segunda-feira, 27 de maio de 2019

UM PS AINDA "POUCOCHINHO"


Há cinco anos, sob o comando de António José Seguro, o PS venceu as eleições europeias defrontando uma coligação formada por dois partidos, o PSD e o CDS. Obteve 31,46% nas urnas - mais 3,75% do que a soma dos partidos rivais. Logo António Costa se chegou à frente, declarando-se desgostado com este resultado, que lhe pareceu «poucochinho». E de imediato iniciou o processo de defenestração do companheiro de partido, que teve capítulos indecorosos.
Agora, sob o seu comando, o PS atinge os 33,4% - ampliando, é certo, a diferença entre os partidos situados à sua direita, cuja soma se queda nos 28,1%, por evidente demérito das respectivas campanhas. Vale hoje exactamente um terço dos sufrágios expressos a nível nacional. Cresceu 1,9% em termos percentuais. E quanto progrediu em votos? Pouco menos de 73 mil: em 2014 obtivera 1.033.158, agora consegue 1.105.915. Progressão apenas conseguida graças ao facto de o número de recenseados ter disparado devido ao registo automático de emigrantes como eleitores: há cinco anos foram 9.702.657, desta vez subiram para 10.761.156. Em termos relativos, o PS ficou aquém de 2014.
É bom? Sem dúvida, na perspectiva dos socialistas. É «poucochinho» para quem aspira à maioria absoluta em Outubro? Tudo indica que sim - segundo a doutrina Costa. Só aplicada a outros. A ele, nem pensar.