Há
cinco anos, sob o comando de António José Seguro, o PS venceu as eleições
europeias defrontando uma coligação formada por dois partidos, o PSD e o CDS.
Obteve 31,46%
nas urnas - mais 3,75% do que a soma dos partidos rivais. Logo António
Costa se chegou à frente, declarando-se desgostado com este resultado, que lhe
pareceu «poucochinho». E de imediato iniciou o processo de defenestração do
companheiro de partido, que teve capítulos indecorosos.
Agora,
sob o seu comando, o PS
atinge os 33,4% - ampliando, é certo, a diferença entre os partidos
situados à sua direita, cuja soma se queda nos 28,1%, por evidente demérito das
respectivas campanhas. Vale hoje exactamente um terço dos sufrágios expressos a
nível nacional. Cresceu 1,9% em termos percentuais. E quanto progrediu em
votos? Pouco menos de 73 mil: em 2014 obtivera 1.033.158,
agora consegue 1.105.915.
Progressão apenas conseguida graças ao facto de o número de recenseados ter
disparado devido ao registo automático de emigrantes como eleitores: há cinco
anos foram 9.702.657,
desta vez subiram para 10.761.156.
Em termos relativos, o PS ficou aquém de 2014.
É
bom? Sem dúvida, na perspectiva dos socialistas. É «poucochinho» para quem
aspira à maioria absoluta em Outubro? Tudo indica que sim - segundo a doutrina
Costa. Só aplicada a outros. A ele, nem pensar.