domingo, 12 de maio de 2019

É possível que alguns só possuam um neurónio...

97% dos comentadores nativos souberam homenagear devidamente o grande estadista que nos tocou em sorte. E que sorte! Segundo a opinião geral, o dr. Costa teve uma prestação brilhante. O dr. Costa é um estratega raro. O dr. Costa frequenta a vizinhança do génio absoluto. De brinde, apurou-se que, em parelha com a risonha figura das Finanças, o dr. Costa é um modelo de escrúpulos contabilísticos. ]...]
Estranhamente, para quem conhece as tradições locais ou nem por isso, os profissionais do comentário engolem o que calha. É possível que alguns só possuam um neurónio. Os restantes talvez tenham colocado todos os neurónios em sabática, a fim de disponibilizar a totalidade do córtex para a exaltação do Supremo Líder. Não importa perceber como é que essa gente consegue dormir à noite. A pergunta adequada é: como é que permanecem acordados de dia? Não se envergonham do papel que desempenham à vista desarmada? Não sentem um pingo de embaraço? Sequer um nozinho na garganta? E as respostas são não, nada e nem por sombras. 
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Diga-se que o dr. Rio, que junto com o CDS acabou por ceder à miserável encenação do dr. Costa, merece a chacota.
Diga-se que o prof. Marcelo, que aproveitou a “crise” para sumir durante uma semana, merece o descanso.
Diga-se que os professores, que confiaram num sindicato movido por interesses alheios aos assalariados que representa, merecem a desfeita.
Diga-se que os portugueses, cuja maioria parece apoiar o “ultimato” do dr. Costa, merecem o dr. Costa.
E diga-se que os profissionais do comentário, que alimentaram a anedótica “demissão”, mereciam ser demitidos. (in “Obviamente, não se demitiu” por  Alberto Gonçalves)