Há sinais e mais sinais de que alguma
coisa grave pode acontecer.
Na saúde, na educação, nos
transportes. Há mais matas para limpar.
Estamos como antes dos incêndios!
É ensurdecedor o silêncio de uma
esquerda que estaria aos berros há quatro anos:
- A principal ponte do país tem
parafusos a cair e necessita de obras urgentes.
- 60% das linhas de comboio em
Portugal revelaram um índice de desempenho “mau” ou “medíocre” e os descarrilamentos dos últimos
anos ocorreram em troços não modernizados.
- A maternidade
de Coimbra e a área pediátrica
do hospital de Évora estão em ruptura, os médicos e enfermeiros
queixam-se de falta de condições e de meios todos os dias e as salas das
urgências estão a rebentar entre surtos de doenças.
- Os alunos da Secundária do Restelo,
como muitos, mas muitos mais, em todo o país, têm de levar
cobertores e estar de casacos, gorros e luvas por causa do frio
nas aulas porque a degradação das escolas se agrava, sobretudo no
interior, e
os pais recebem pedidos de ajuda para
comprar papel para fotocópias e para as casas de banho.
- O Forte de Santo António da Barra
está a cair aos bocados, como vários outros monumentos históricos. Mas se
em Cascais há dinheiro e há salvação
- em Peniche, não há salvação, porque o PCP quis
salvar a simbólica prisão de se tornar um hotel, já há pedaços das velhas celas
a chegar às Berlengas nem
- em Mafra onde os sinos podem cair
em cima de alguém (mesmo turista) a qualquer momento.
- Há esquadras, tribunais e hospitais
em estado inqualificável.
- Há
carruagens de comboios e alguns barcos a precisar de reforma urgente e
- o Metro sempre apinhado e atrasado
sob constantes apelos de reforços
.
O rol é interminável nas mesas dos
vários ministérios e o silêncio ensurdecedor de uma esquerda que estaria aos
berros há quatro anos, mas cujos fiéis parecem agora apenas preocupados com o
facto de Passos
ir ser professor catedrático convidado numa universidade pública
ou com quem escreve o programa do CDS
e a maior preocupação dos
sindicatos e a grande discussão no ministério é a progressão dos professores.
(adapt. de “Isto
não é para assustar, mas há outras matas para limpar” por Filomena
Martins )